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A noite em que choveu fogo sobre Lockerbie

m Boeing 747 da companhia americana PanAm explodiu na noite de 21 de dezembro de 1988 sobre a cidade escocesa de Lockerbie, causando 270 mortos, os 259 ocupantes do avião mais 11 habitantes da localidade. O atentado contra o voo 103 da PanAm Frankfurt-Nova York não deixou nenhuma possibilidade de sobrevivência para os 259 passageiros e tripulantes do voo, uma vez que o avião foi pulverizado a 10.000 metros de altitude. Ao cair sobre Lockerbie, um povoado no sudeste da Escócia, os restos incandescentes do aparelho mataram outras 11 pessoas.

Os habitantes do lugar estavam fazendo compras de Natal e, de repente, “choveu fogo, fogo líquido”, segundo descreveu um morador. Destroços do avião foram encontrados em um raio de 130 km do local do impacto e os corpos das vítimas ficaram espalhados pelas colinas, bosques e lagos dos arredores.

Depois de 12.000 interrogatórios em 54 países realizados por investigadores britânicos e americanos, com ajuda da Interpol, a polícia internacional de cooperação policial, e a descoberta, em 1990, entre os escombros, de um fragmento de circuito de um detonator eletrônico e de Semtex, um explosivo muito potente, as autoridades de Trípoli foram acusadas.

Os investigadores identificaram as fibras da roupa na qual o Semtex foi envolvido e chegaram à conclusão de que um líbio registrou uma maleta cheia de explosivos em Malta, antes da mesma ser embarcada em Frankfurt. A Líbia negou-se a entregar à justiça os dois líbios considerados responsáveis, o que fez com que este país fosse submetido, a partir de 1992, a sanções internacionais: embargo aéreo, militar e, mais tarde, embargo sobre os derivados do petróleo e congelamento de seus bens financeiros no exterior.

Em agosto de 1998, Washington e Londres aceitaram a idéia de julgar os dois suspeitos, Abdel Basset Ali al-Megrahi e Al-Amine Khalifa Fhimah, em local neutro, na Holanda, com a condição de que o processo fosse feito “ante uma corte escocesa, com juízes escocesses e segundo o direito escocês”. O julgamento, que foi realizado em uma base militar, em Camp Zeist, perto de Utrecht (centro), cedida pela Holanda à Grã-Bretanha, constituiu um fato único na história do direito internacional.

Um tribunal escocês condenou em 2001 Abdel Basset Ali al-Megrahi à prisão perpétua, enquanto o segundo acusado, Al Amin Jalifa Fhimah, foi declarado inocente e colocado em liberdade.

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