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Voz do Editor: A marcha da esperança

A morte de um adolescente de 13 anos, às mãos dos seus sequestradores, na cidade da Beira, foi a gota que transbordou o copo da paciência dos moçambicanos. O princípio de uma guerra na zona centro que ninguém quer, com excepção dos beligerantes, foi a pólvora que acendeu o rastilho da indignação popular. Alice Mabota, um alvo a abater pelo partido no poder, foi o rosto da marcha que começou aos pés do arquitecto da unidade nacional e foi parar, de joelhos, diante do primeiro Presidente de Moçambique independente.

O primeiro representa a unidade e o segundo a liberdade. E Alice, o nome entoado por milhares, o rosto de uma luta que deve terminar com a vitória dos direitos humanos. É isso que os moçambicanos querem. E foi isso que pediram ao longo do percurso de um arauto da unidade nacional para outro da igualdade entre os homens. É desse tempo que se tem saudades e que aquele manto de gente com camisetas que exigiam segurança e paz lembrava.

Neste período de instabilidade e do muito nas mãos de poucos, a marcha foi o grito de protesto contra o estado de coisas e uma manifestação inequívoca de que os moçambicanos pode se reunir em torno de um objectivo comum. Foi um basta que o Governo não pode fazer ouvidos de mercador.

A marcha é uma lufada de ar fresco numa sociedade acostumada a viver em torno do seu umbigo e uma vitória em toda ordem da sociedade civil. A demonstração inequívoca de que, de agora em diante, será impossível governar sem ter em conta a vontade popular. Já nada será como dantes e é bom que os líderes governamentais saibam disso.

É no meio da tragédia que os povos podem pavimentar novos caminhos e mostrar de que carne são feitos. Afinal o facebook, tal como se disse num passado recente, não é uma fábrica de ilusões. A marcha de maior sucesso da história de Moçambique multi-partidário ganhou dimensão neste rede social. Talvez, no futuro, a fábrica de ilusões vira o ventre da liberdade. Vamos dar tempo ao tempo. Viva a marcha da esperança

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