O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Barack Obama, disse na segunda-feira, em Xangai, que a livre expressão do indivíduo não constitui um ideal norte-americano mas é um direito universal que deve estar ao alcance de todos.
Na sua primeira viagem presidencial à Ásia, Obama defendeu as relações de cooperação com a China mas procurou enviar uma mensagem clara ao seu rigorosamente controlado país anfitrião. Ao mesmo tempo que afirmava que poucos problemas podem ser resolvidos se os Estados Unidos e a China não agirem em conjunto, Obama desafiou Pequim a aceitar o que chamou de “direitos universais”.
“Não procuramos impor qualquer sistema de governo a outras nações” garantiu Obama, falando num salão de um museu de Xangai, onde se dispôs a responder a perguntas feitas por jovens através da Internet. “Mas também não acreditamos que os princípios pelos quais nos batemos devam ser únicos para a nossa Nação”, acrescentou. “Estas liberdades de expressão e de culto, de acesso à informação e de participação política – acreditamos que são direitos universais. Devem estar ao alcance de todas as pessoas, incluindo as minorias étnicas e religiosas, quer estejam nos Estados Unidos, na China ou em qualquer Nação”.
Obama procurou um equilíbrio político com a China, referindo preocupações de longa data dos Estados Unidos em matéria de direitos humanos ao mesmo tempo que estendeu a mão a um parceiro de importância crucial em matéria e economia e segurança. “Ganha-se mais quando grandes potências cooperam do que quando colidem”, disse, no seu discurso inaugural.
Em resposta a uma das perguntas feitas pela Internet, Obama declarou-se “grande apoiante da não censura”. Sorrindo, disse nunca ter utilizado a popular rede Twitter mas defendeu o acesso irrestrito à Internet como “uma fonte de força”. Obama disse que o livre fluxo de informação, incluindo críticas à sua presidência, o ajudou bastante por tê-lo impelido a ouvir outras opiniões. Um estudante perguntou-lhe sobre a honra e as obrigações de ter ganho o Prémio Nobel da Paz 2009.
O Presidente norte-americano considerou ser um símbolo da mudança na condução dos assuntos mundiais que a sua administração tem tentado promover, mas reiterou não se considerar merecedor do galardão.