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Obama quer amizade da China e respeito aos direitos humanos

O presidente americano, Barack Obama, afirmou esta segunda-feira num discurso em Xangai que China e Estados Unidos “não têm que ser rivais” e insistiu na importância dos direitos universais, como a liberdade de expressão, de culto e de informação no gigante asiático.

“China e Estados Unidos não têm que ser rivais”, afirmou Obama em um discurso para um grupo de estudantes, com os quais teve posteriormente uma sessão de perguntas e respostas, no primeiro dia de sua visita oficial a China. Também elogiou uma China “majestosa” e declarou que boas relações entre Pequim e Washington podem levar a um mundo mais próspero e pacífico. “As liberdades de expressão, culto e o acesso à informação são, em nossa opinião, direitos universais”, completou.

“Deveria estar ao alcance de todos, incluindo as minorias étnicas e religiosas, estejam nos Estados Unidos, China ou em qualquer outro país”, concluiu no discurso, transmitido ao vivo por alguns sites chineses e pelo canal estatal de Xangai. Na parte de perguntas e respostas, o presidente dos Estados Unidos manifestou satisfação com o melhor estado das relações entre China e Taiwan e destacou que Washington não precisa mudar sua política de “uma só China”. “Minha administração apoia plenamente a política de uma só China”, declarou Obama. “Nós não queremos mudar esta política nem este enfoque. Estou muito satisfeito com a redução das tensões e a melhora nas relações através do Estreito de Taiwan”.

“Os vínculos económicos e comerciais nesta região ajudam a diminuir as tensões”, completou o presidente americano, antes de destacar um “profundo desejo” de ver o prosseguimento da aproximação entre as duas partes. China e Taiwan se separaram ao fim da guerra civil, em 1949, e desde então têm governos separados. Pequim considera que a ilha faz parte de seu território, à espera de uma reunificação, pela força se necessário. No entanto, as relações melhoraram consideravelmente desde que Ma Ying-jeou, partidário de estreitar os vínculos com a China, assumiu a presidência em 2008. O presidente americano desembarcou no domingo à noite em Xangai para uma visita que prosseguirá até quarta-feira.

Após o encontro com dezenas de estudantes das principais universidades da capital económica chinesa, Obama viajou a Pequim para um encontro com o presidente chinês, Hu Jintao. A viagem de Obama a China é considerada o ponto chave da visita de uma semana a Ásia, que já o levou a Tóquio e Cingapura. Depois de Xangai e Pequim, ele visitará a Coreia do Sul. Obama já insistira em um discurso em Tóquio que desejava mostrar a Pequim que Washington não é um adversário, e sim um parceiro da China.

Apesar do discurso de conciliação de Obama, a China acusou o governo dos Estados Unidos de aumentar o protecionismo e afirmou que os pedidos de Washington para que permita uma valorização de sua moeda, o yuan, são “injustos”. Analistas acreditam que Obama pedirá durante a visita que a China reconsidere o valor do yuan, que para Washington é mantido desvalorizado artificialmente para aumentar as exportações chinesas. No entanto, o ministério do Comércio chinês reiterou na segunda-feira que o governo vai manter o yuan estável e completou que as pressões americanas são “injustas”.

“É preciso criar um ambiente estável e previsível para as empresas, incluindo políticas econômicas e cambiais, para permitir que a economia global cresça regularmente e que as exportações da China se recuperem”, declarou o porta-voz do ministério, Yao Jian. Ele completou que os Estados Unidos “continuam” permitindo que o dólar caísse “para incrementar sua competitividade”, ao mesmo tempo que pedem uma valorização do yuan.

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