Grevistas da Universidade Mussa Bin Bique (UMB) reúniram-se no sábado com os representantes de outras universidades e da Direcção Provincial da Educação e Cultura na busca de soluções para as suas reivindicações, fracassadas que foram as negociações, encetadas na sexta-feira, com a direcção executiva daquela instituição de ensino superior, que considera ilegítimas as reclamações apresentadas.
Com sede na cidade de Nampula, a UMB funciona, desde o ano de 2000, em instalações arrendadas, devido ao facto da construção do seu campus ainda não ter sido materializada, embora o cerimónia do lançamento da primeira pedra tenha ocorrido há mais de quatro anos. Os serviços administrativos localizam-ese num edifício em que, outrora, funcionou uma pensão denominada Rossas, enquanto as aulas são leccionadas em salas relativamente exíguas e bastante distanciadas uma da outra.
Esta questão constituiu o fulcro da inquietação dos estudantes, que acusam o vice-reitor, Hamim Hassane e o respectivo gestor, Mohamed El Moattar, de não se interessarem pelo crescimento da instituição. Em contacto com Wamphula Fax, os membros do núcleo dos estudantes mostraram-se preocupados com a alegada insensibilidade dos seus dirigentes em relação aos problemas internos.
Segundo as mesmas fontes, que se dizem colhidos de surpresa com a subida das propinas sem aviso prévio, a reitoria nunca se preocupou em reunir com os docentes e discentes para a transmissão de algumas normas ou auscultação de eventuais problemas. E observam que foi em consequência dessa falta de diálogo que 615 estudantes das faculdades das Ciências Agrárias e de Gestão e Contabilidade decidiram interromper as aulas para exigir a dissolução de toda a direcção executiva. Entretanto, em comunicado distribuído aos órgãos de comunicação social, a reitoria considera a greve ferida de ilegalidade, anotando que a comissão dos estudantes não tem qualquer legitimidade naquele estabelecimento.
Por acharmos que esta acção é eivada de maldade, uma vez que não seguiu os procedimentos normais, visando o alcance de uma solução pacifica e negocial, solicitamos à V.Excia que não reconheça este acto como sendo legal. Lê-se no comunicado enviado à nossa Redacção. Entretanto, o Wamphula Fax contactou Daniel Napuanha, Ali Alberto Vahaly, Satar Gany e Irene Júnior, que fazem parte do mencionado Núcleo dos Estudantes, no sentido de registar o seu pronunciamento, mas todos eles reiteraram que a greve vai prosseguir até às últimas consequências.