A Primeira-Ministra moçambicana, Luísa Diogo, sublinhou esta terça-feira na capital portuguesa que a China “nunca traz uma agenda pré-concebida” nas relações com os países de língua portuguesa, em particular, desdramatizando a ideia de que este gigante asiático está em Africa para “pilhar”os seus recursos.
Luísa Diogo falava na sessão sobre as relações da China com os países lusófonos, integrada no Fórum Global China Business Meeting, que decorre em Lisboa. “Somos nós sempre que começamos por apresentar quais são as nossas prioridades e necessidades”, disse a governante moçambicana. Falando no caso especifico de Moçambique, Luísa Diogo acrescentou que as prioridades que o país apresenta – infra-estruturas, agricultura, saúde – “são as mesmas que os outros países que pretendem investir apresentam, a diferença é que a China não tem dogmas sobre se esta infra-estrutura que vai financiar é, por exemplo, um edifício para a Procuradoria- Geral da República”.
O evento conta igualmente com a presença do académico moçambicano, Firmino Mucavele, integrado num outro painel sobre o incremento do comércio entre Africa e China nos últimos anos. O Fórum de Lisboa é promovido pela empresa suíça Horasis e co-organizado pelo Governo português, através da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e do Turismo de Portugal, contando ainda com a consultora Edeluc, assim como várias organizações chinesas, entre as quais o China Entrepreneurs Club e a China Federation for Industrial Economics.
O encontro termina quarta-feira com um passeio pela capital portuguesa. Luísa Diogo, que se encontra desde domingo em Portugal para, entre outros aspectos, participar no Fórum, deslocouse esta segunda-feira a Figueira da Foz, no Centro do país, onde visitou o empreendimento do grupo português Portucel Soporcel. Este grupo submeteu ao governo moçambicano um pedido para investimento no sector florestal, que inclui a montagem de uma fábrica de pasta branca de eucalipto.
Na sua deslocação a Portugal, a Primeira-Ministra faz-se acompanhar do vice-Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Victor Bernardo, e o director do Centro de Promoção de Investimentos, Mahomed Rafique, entre outros quadros.