Profissionais da saúde de mais de 120 países fizeram um apelo esta quarta-feira em Barcelona por um ambicioso acordo de combate às mudanças climáticas na conferência de Copenhague, em dezembro, para evitar as graves consequências do aquecimento global para a população mundial.
Os representantes das principais organizações de médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da saúde pública assinaram simbolicamente “a receita para um planeta doente”. O remédio prescrito consiste em uma forte redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, uma transição para as energias limpas e a inclusão dos setores de saúde nas políticas de adaptação dos países em desenvolvimento.
“É impossível ter uma população com boa saúde em um planeta doente”, estimou Josh Karliner, da associação americana Health Care Without Harm, pedindo aos ministros da Saúde de todo o mundo que se envolvam nas negociações do novo acordo climático que deve ser adotado daqui a um mês. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma temperatura mais alta e um clima mais instável favorecem a propagação de doenças ligadas à contaminação da água e de algumas doenças tropicais transmitidas por insetos.
Além do risco para a saúde, estas doenças colocam em risco a produção agrícola nos países menos desenvolvidos. “As principais doenças mortais, como o cólera, a malária, a dengue e outras são particularmente sensíveis às mudanças climáticas”, destacou Karliner.
As últimas negociações multilaterais sobre a luta internacional contra o aquecimento global antes de Copenhague acontecem em Barcelona (Espanha) até sexta-feira.