A vítima do director Roman Polanski num caso de abuso sexual há mais de 30 anos, quando ainda era menor de idade, entrou com um pedido para que seja abandonado o caso contra o cineasta preso na Suíça, segundo documentos da justiça obtidos na segunda-feira.
O advogado de Samantha Geimer, a mulher que tinha 13 anos quando manteve um relacionamento sexual com Polanski, em 1977, apresentou a solicitação ao tribunal de Los Angeles na sexta-feira passada. Samantha Geimer vive atualmente no Havaí com o marido e filhos e alega ter sofrido problemas de saúde, após a detenção de Polanski na Suíça mês passado.
Ela e seu advogado dizem ter recebido mais de 500 telefonemas da imprensa de todo o mundo atrás de um seu comentário desde a prisão do cineasta. A moção de Samantha foi apresentada à Corte de Apelações do Distrito 2 da Califórnia. “Recebeu telefonemas de Larry King, de Oprah, de repórteres de cada um dos programas matutinos das redes de televisão nacional; só o (jornal) Los Angeles Times tem três jornalistas que telefonam constantemente, o mesmo acontecendo com quase todos os principais diários dos Estados Unidos e do exterior”, diz o documento.
A petição acrescenta que a mãe, o marido e os filhos de Samantha Geimer vêm sendo assediados pela imprensa, o que afecta sua saúde e seu trabalho. “Telefonemas a toda hora invadem sua casa, seu telemóvel e o local de trabalho. A vítima tornou-se vítima mais uma vez”, diz.
Esta situação está pondo em risco a estabilidade de Geimer no trabalho, adverte. “Sem discutir seu crime, Polanski tem que ser tratado com justiça; e já o foi”, acrescenta a moção. “O dia em que Polanski fugiu foi triste para a justiça americana. Samantha não deveria pagar o preço disto”. Geimer está pagando o preço “pelo fracasso judicial e do sistema processual”, indica o documento.
“Todos insistem que ela deve uma história, mas sua própria história continua sendo triste… daí, apresentarmos um novo pedido, uma nova súplica: Por favor, deixem-na em paz”.