A cidade Nacala- Porto, capital do distrito de Nacala, na província de Nampula, terá um aeroporto internacional, anunciou, sexta-feira, o ministro moçambicano dos transportes e comunicações, Paulo Zucula. O ministro falava, em Nacala-Porto, durante a assinatura de um protocolo de intenções, para a implementação do Projecto Nacala XXI, avaliado em cerca de 1,6 biliões de dólares entre o Governo, a companhia moçambicana Insitec Investimentos e a multinacional brasileira Vale.
“Gostaria de aproveitar este momento para anunciar que não é só a linha-férrea, pois há outro tipo de infra-estruturas entre as quais a transformação do Aeroporto de Nacala, num aeroporto internacional para voos intercontinentais. Este é um sonho antigo, mas posso anunciar, hoje, que já foram dados passos importantes para o início da construção do Aeroporto de Nacala no próximo ano”, disse Zucula, recebendo uma forte salva de palmas dos presentes.
O Projecto Nacala XXI prevê a construção parcial e reabilitação de uma linha férrea, com uma extensão de cerca de 900 quilómetros, para o transporte de carvão do distrito de Moatize, na provincial central de Tete ao Porto de Nacala, incluindo um troço entre 300-400 quilómetros em território malawiano. Na ocasião, o ministro explicou que existe um projecto da Nova Parceria para o Desenvolvimento de Africa (NEPAD), que prevê a construção de uma linha-férrea que vai ligar o Norte ao Sul de Africa.
“Ao reabilitarmos a linha de Nacala não vamos parar na República Democrática do Congo (RDC). Vamos subir muito mais e fazer do Porto de Nacala um porto viável”, disse Zucula, para a alegria dos presentes. Refira-se que entre os principais beneficiários do Corredor de Nacala constam o Malawi, Zâmbia e RDC. Por isso, disse Zucula, com a integração regional a aposta deve ser a melhoria da qualidade dos serviços para tornar o Porto de Nacala competitivo e aumentar os volumes de carga dos clientes deste porto.
Segundo o ministro, este corredor constitui uma base de aceleração do processo de integração socio-económica e do alargamento dos mercados da região, criando condições para a materialização da Zona de Comércio Livre. Na ocasião, o ministro disse que o governo moçambicano espera que o Corredor de Desenvolvimento do Norte, no qual está inserida a linha-férrea de Nacala, promova o desenvolvimento de negócios entre Moçambique e os países encravados, assim como parcerias entre o sector público e privado ao longo do corredor de forma a criar emprego, aumentar os investimentos e fluxo comerciais entre os países para promover o crescimento económico e desenvolvimento sustentável com vista a contribuir para a redução da pobreza, dos desequilíbrios no desenvolvimento a nível nacional e regional.
Para Zucula, a posição geográfica de Nacala representa uma grande vantagem competitiva, pelo facto de estar localizado no eixo Este e Oeste, pacífico, Ásia, África e América. Por isso, para o ministro, “o desafio é fazer de Nacala não só um pólo de desenvolvimento do país, mas também uma plataforma logística que pode jogar um papel importantíssimo no contexto regional e no contexto mundial”.
Segundo Zucula, a política dos transportes aprovada pelo governo prioriza e preconiza a participação do sector privado na implementação, exploração e gestão das infra-estruturas e serviços ferroportuários, tendo sido nesta base que foram atribuídas as concessões das linhas férreas do norte, incluindo o ramal de Cuamba- Lichinga, o Porto de Nacala a gestão privada.
Estas infra-estruturas servem Moçambique, bem como os países vizinhos, como o Malawi, a Zâmbia e a RDC para a importação e exportação de produtos tais como o pescado, produtos florestais, oleaginosas, sucata metálica, fertilizantes e outras cargas contentorizadas.