O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de Moçambique apresentou quinta-feira, em Maputo, o software de apuramento dos resultados das eleições do próximo dia 28, em todo o país. Trata-se de um sistema informático que foi desenvolvido pela empresa moçambicana Lab Soft Lda, que, segundo o STAE, vai garantir resultados credíveis. O sistema de apuramento dos resultados eleitorais estará dividido em duas partes, sendo uma relativa às eleições Gerais (presidenciais e legislativas) e a outra para as Assembleias Provinciais.
Neste sistema, segundo foi dado a conhecer por um técnico da Lab Soft na ocasião, poderão intervir o administrador, supervisor, digitalizador e os observadores, dos quais os primeiros têm acesso directo ao sistema, enquanto que os últimos apenas podem consultar.
“O administrador é aquele que gere os aspectos técnicos, de segurança e funcionamento do sistema, o supervisor que é indicado pelo STAE faz a coordenação e manutenção dos dados introduzidos, o digitalizador introduz os dados, e os observadores que são os partidos políticos e observadores internacionais, só tem acesso para consulta”, explicou o técnico.
O sistema está criado de tal forma que para além de apurar os resultados, faz a distribuição dos mandatos segundo o método de Houdt. O técnico sublinhou que o sistema estará disponível apenas para as pessoas autorizadas, garantindo, desta forma, que o sistema é credível e altamente seguro.
Por sua vez, o director de organização de processos eleitorais no Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Mário Ernesto, enfatizou que os mecanismos de controlo dos votos são bastantes para garantir a credibilidade do processo. “Há controlo rigoroso dos editais, daí que a possibilidade de se acrescentarem votos são ínfimas”, frisou. Em todo o país existirão 11 centros de processamento provinciais e um ao nível central.
Os centros de processamento provinciais vão trabalhar sobre os dados provenientes dos distritos, enquanto que ao nível central, numa primeira fase, processará os dados da diáspora. O director de organização de processos eleitorais no STAE explicou que as representações diplomáticas de Moçambique em África e na Europa vão enviar os editais e actas relativas às 104 mesas das Assembleias de Voto à CNE, que vai processar os dados.
Segundo aquele dirigente, os dados provenientes dos distritos serão verificados na província e introduzidos no sistema e depois enviados a CNE que deverá fazer a reverificação, requalificação e depois anunciar os resultados, ao fim de 15 dias.
Ernesto revelou a jornalistas que neste momento decorre em todas as províncias a formação de técnicos que vão trabalhar no sistema, enquanto se conclui a instalação do mesmo nos centros de processamento. O software de apuramento dos resultados foi aprovado pela CNE e a sua instalação custará 200 mil dólares norteamericanos. Na cerimónia de lançamento do sistema participaram representantes do corpo diplomático acreditado no país, partidos políticos, sociedade civil, observadores e comunicação social.