Partidos excluídos total e parcialmente das eleições legislativas e para as Assembleias Provinciais de 28 de Outubro corrente em Moçambique, por “irregularidades processuais”, decidiram “apoiar incondicionalmente” a candidatura de Daviz Mbepo Simango às presidenciais. O anúncio deste apoio foi anunciado quarta-feira, em Maputo, em conferência de imprensa, pelo porta-voz dos partidos políticos excluídos, Francisco Campira, líder do PAZOMO. Estes partidos justificam o seu apoio a Simango por considerarem que “é o candidato que merece a nossa simpatia, admiração e apoio, pois ele mostra empenho e vitalidade para a resolução dos problemas de Moçambique.
Ele já deu mostras disso nas suas funções anteriores como dirigente abnegado do Município da Beira”. Com estas declarações, este grupo de partidos excluídos, que contesta a decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE), confirmada pela decisão do Conselho Constitucional (CC), muda a sua posição. Antes, este grupo, que era composto por 15 partidos e actualmente 25, queria boicotar as eleições e até exigia o cancelamento das mesmas, e agora decidiram ir as urnas e votar no candidato presidencial do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
“Dos três candidatos à presidência da República, Daviz Simango é, para nós, aquele que garante a esperança de um Moçambique verdadeiramente inclusivo, um Moçambique para todos e não para alguns, como acontece hoje em dia”, defendeu Campira. Entretanto, Campira sublinhou que o apoio do grupo a candidatura de Simango não é extensiva ao seu partido (MDM).
“Assim, nós os partidos excluídos apelamos aos nossos militantes, simpatizantes e ao povo moçambicano, em geral, para que no dia 28 de Outubro votemos em Daviz Mbepo Simango para Presidente da República de Moçambique”, frisou Campira. Campira classificou o candidato presidencial do MDM de “candidato da juventude, candidato da esperança, candidato batalhador, que percorre todo este país a pé e de carro, quando outros andam a sobrevoar os problemas do povo, gastando, em aluguer de helicópteros, avultadas somas de dinheiro, que tanta falta fazem ao povo moçambicano”.
A declaração de apoio à candidatura de Simango surge poucos dias depois de três partidos extraparlamentares, igualmente excluídos parcial e/ou totalmente da corrida eleitoral, também por “irregularidades processuais”, terem manifestado publicamente o seu apoio ao candidato presidencial da Frelimo, partido no poder, Armando Guebuza.
Trata-se dos partidos Trabalhista (PT), Ecologista (PEC) e Independente de Moçambique (PIMO). Este último, excluído totalmente da corrida eleitoral, vai apoiar a Frelimo e Armando Guebuza. O grupo de partidos excluídos é composto por 25 forças partidárias, nomeadamente PAZOMO, PARENA, PAREDE, CDU, PACODE, PASDI, PSDI, PARTONAMO, PUMILDE, PUPI, MPD, PANAOC, PRDS, SOL, UNAMO, PANADE, UDF, PRD, PCD, FL, PAZD, PEMO, PADRES, UD e UM.
O porta-voz considera que todas estas forças politicas juntas possuem 3.5 milhões de membros, cujo voto será direccionado à Daviz Simango. De referir que este grupo é distinto da “Plataforma Territorial dos partidos extra-parlamentares” encabeçada por José Viana, da União dos Democratas de Moçambique (UDM) e Neves Serrano, do PPLM, apesar de ambos contestarem “vigorosamente” a decisão de os excluir das legislativas e Assembleias Provinciais total ou parcialmente.