O “Caso Aeroportos de Moçambique” poderá ir a julgamento em Outubro próximo, segundo informações veiculadas pelo matutino “Notícias”, que não identifica a fonte. Entretanto, ainda não foi fixada uma data exacta para o julgamento.
Nenhum dos intervenientes processuais recorreu da pronúncia proferida em finais de Agosto último pelo juiz da causa, Dimas Marroa, da 10ª Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. Assim, o juiz da causa tem todas as condições para julgar Diodino Cambaza, ex-PCA do ADM, Altenor Pereira, exdirector financeiro do ADM, António Munguambe, ex-Ministro dos Transportes e Comunicações, António Bulande, antigo chefe de gabinete do Ministro co-arguido neste processo, e Deolinda Matos, responsável da empresa SMS.
Os arguidos, detidos na Cadeia Civil por ordem da Procuradoria da República ao nível da cidade de Maputo, são acusados de cumplicidade no desfalque da empresa Aeroportos de Moçambique. O grupo é apontado como tendo se apoderado de fundos da empresa para a aquisição de casas de luxo, algumas das quais fora do país, e para beneficiar filhos de alguns dirigentes, reabilitação de parte das suas residências pessoais, compra de viaturas, algumas das quais dadas como desaparecidas, bem como aquisição de bens para apetrechamento de empreendimentos pertencentes a membros do Conselho de Administração, entre outras situações relacionadas com má gestão de fundos.
Os co-arguidos António Munguambe e António Bulande, pronunciados como encobridores, respondem o processo em liberdade face à menor gravidade do seu envolvimento. Enquanto isso, o juiz manteve a prisão dos arguidos já detidos, nomeadamente Diodino Cambaza e Altenor Pereira, tendo a arguida Deolinda Matos sido detida em finais de Agosto, quando do despacho de pronúncia.