Produtores de soja localizados nos distritos de Gurué e Malema, nas províncias da Zambézia e Nampula, respectivamente, recusam-se a vender a sua produção, alegando que o preço oferecido pelos principais inter-venientes na sua comercialização situa-se abaixo da cifra por eles fixada que é de 12 meticais o quilograma.
Moisés Raposo, gerente da empresa de comercialização de insumos e produtos agrícolas IKURU, em Nampula, que revelou o facto, referiu que a produção de grão de soja na campanha agrícola recentemente terminada foi de pouco mais de 4.5 mil toneladas, quantidade considerada recorde.
Apesar de algumas quantidades daquele cereal terem sido adquiridas por intervenientes no processo, idos de diferentes pontos do país, para posterior colocação no mercado internacional, sobretudo no Malawi, África do Sul e Zimbábuè, as disponibilidades de grão de soja estã, neste momento, estimadas em cerca de três mil toneladas.
Segundo a nossa fonte a demora que se regista na comercialização do grão de soja nos postos administrativos de Lioma e Mutuali, em Gurué e Mutuali, respectivamente, pode constituir um perigo decorrente do elevado risco de perda da qualidade do cereal e da possibilidade de desmotivação por parte dos produtores em prosseguir a sua prática numa altura em que a cultura começa a registar volumes consideráveis.
Moisés Raposo destacou que o que separa os produtores e os potenciais intervenientes na comercialização de soja naquelas regiões é uma diferença de dois meticais, pois, enquanto os primeiros exigem 12 meticais por cada quilograma comprado, os segundos mostram-se disponíveis para pagar 10 meticais a mesma quantidade.
Segundo o nosso informador, os intervenientes na comercialização de Soja em Lioma e Mutuali observam que ao custo de compra do cereal deve ser adicionado o do transporte, o que eleva as despesas para uma fasquia em que a margem de lucro é irrisória, depois do produto colocado nos diferentes mercados interno e externo pode ser uma ilusão.
Alegam, ainda, que a crise económica global afectou seriamente o mercado da soja, que, no ano passado, foi comercializado a 16 meticais o quilograma. De referir que a soja tem muitas aplicações, sobretudo na indústria alimentar, produção de ração animal, em particular de galináceos.