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Repórter de Rádio Comunitária espancado em Nacala Porto

O repórter da Rádio Comunitária (RC) de Nacala-Porto, na província nortenha de Nampula, Alfane António, foi brutalmente espancado, na Quarta-feira passada, em plena sede da Renamo, para onde se deslocara a busca de agenda da campanha do partido de Afonso Dhlakama, para aquele dia, naquele ponto do pais.

O incidente começou quando, em plena sede da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, Alfane foi arrastado para fora das instalações por um individuo não identificado, na altura em que esperava ser recebido por Rafael Gusmão, chefe da campanha eleitoral desta organização em Nacala-Porto.

Depois, um grupo de indivíduos que, segundo o MISA–Moçambique, se acredita que sejam simpatizantes da Renamo, espancaram violentamente o repórter, arrancando-lhe o bloco de notas e a caneta, alegadamente por aquela Rádio Comunitária “sempre maldizer da Renamo”. Entretanto, a Renamo em Nacala- Porto diz não conhecer os mentores da agressão e nega que sejam seus simpatizantes, apesar de o acto ter acontecido nas suas instalações.

Alfane depois de espancado foi levado pelos colegas ao hospital tendo recebido alta ao princípio da tarde e o caso já esta a ser investigado pela polícia.

Num outro desenvolvimento, o MISA–Moçambique diz, em comunicado hoje recebido pela AIM, que há dez dias do inicio da campanha um outro repórter, Lazaro António, em serviço na Rádio Comunitária de Alto Molocue, também pertencente ao Instituto de Comunicação Social (ICS), teria sido convocado para um encontro com o primeiro secretario da Frelimo naquele distrito.

Para este encontro, segundo a fonte, Lazaro António terá sido instruído a levar consigo o gravador e a cassete que usara na manha do mesmo dia na cobertura de uma actividade politica da Renamo para o proponente escutar e a partir dai saber o que os homens da Renamo teriam dito e submeter o assunto ao administrador para decidir se a rádio podia ou não difundir o material em questão.

Depois de uma troca de palavras, o primeiro-secretario acabou compreendendo que não tinha o direito de confiscar o material, tendo permitido que o repórter voltasse a procedência com o seu material e equipamento de trabalho. Face a estas constatações, “o MISAMoçambique condena, em termos firmes e veementes, o facto de alguns políticos estarem a obstruir o trabalho do jornalistas, contrariando o direito do povo a informação. Esta atitude e’ de todo condenável num Estado de Direito”.

O MISA–Moçambique termina o seu comunicado apelando a jornalistas e demais responsáveis editoriais a respeitarem os valores nobres da profissão reflectidos no Código de Conduta para a Cobertura Eleitoral, aprovado em Outubro de 2008.

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