O aumento do crédito mal parado no nosso país esconde o drama vivido pelos clientes dos bancos de microfinanças, enquanto os devedores da banca tradicional podem renegociar e arrastar os pagamentos pelos tribunais os moçambicanos mais pobres e do sector informal, na sua maioria mulheres, estão a perder os seus parcos haveres devido a crise económica e financeira. “Não temos um instrumento capaz de forçar as microfinanças a ter que renegociar com os seus clientes” admitiu o Administrador do Banco de Moçambique, Felisberto Navalha.
Questionado durante o 2º Economic Briefing da Confederação das Associações Económicas (CTA), sobre que medidas o Banco de Moçambique pode tomar para proteger os muitos clientes das instituições financeiras de microfinanças que afectados pela crise económica e financeira ficaram incapazes de amortizar os seus empréstimos e por isso estão a ver confiscados os seus poucos bens duráveis, Navalha afirmou: “A microfinança são muitas instituições financeiras que lidam com pessoas que as vezes é muito difícil saberem onde estão, e o nosso quadro de intervenção infelizmente, neste momento, não temos um instrumento capaz de forçar as microfinanças a ter que renegociar com os seus clientes”.
“(…) O princípio da Política Monetária é que, diferentemente das políticas sectoriais e fiscal que podem permitir o contacto directo com aqueles que são realmente os beneficiários, é como uma nuvem, olha para a economia, para os agentes económicos, para os clientes e mercados como um todo. Felizmente os bancos (comerciais) estão organizados em associação e conseguiram esse tipo de intervenções para ajudar os clientes locais (por exemplo em Sofala)”, esclareceu o Administrador do Banco de Moçambique.