Quarenta e três cidadãos estrangeiros, em situação ilegal no país, aguardam por uma oportunidade para serem repatriados para os seus países de origem, a partir da província de Nampula. Este compasso de espera, que remonta há mais de seis meses, é atribuída a dificuldades de natureza financeira por parte das autoridades locais responsáveis para custear a operação por via aérea.
Arsénia Massingue, comandante provincial da Policia da República de Moçambique em Nampula, revelou que os Serviços Provinciais de Migração repatriou, no inicio do presente ano, um total de 96 cidadãos estrangeiros em situação ilegal, numa operação conjunta com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que envolveu meios aéreos e terrestres.
Massingue anotou que a disponibilização de recursos financeiros para custear uma operação de tal género é de inteira responsabilidade das autoridades governamentais de nível central. A nacionalidade dos ilegais, que se encontram sob controlo das autoridades policiais de Nampula, é dominada por congoleses, somalis e nigerianos, os quais sobrevivem mercê de actividades diversas, com destaque para o comércio informal e formal, como forma de camuflar o contrabando decorrente da comercialização ilegal de recursos minerais nas zonas de extracção nos distritos de Moma, Mogovolas e Nacala-a-Velha.
A sua neutralização resultou de operações desencadeadas pelas autoridades governamentais, dirigidas pela PRM, nos bairros residenciais da cidade de Nampula, onde a maioria encontra refúgio através do arrendamento de habitações pertencentes a cidadãos nacionais, aliciados pela sua pujança financeira.
De acordo com informações em nosso poder, alguns cidadãos estrangeiros em situação ilegal, fazem-se passar por refugiados com residência no Centro de Marratane, arredores de Nampula, para escapar da acção de triagem levada a cabo pelas autoridades policiais.
De acordo com Arsénia Massingue, na província de Nampula vive um total de 8.425 estrangeiros, 5.495 dos quais ostentando o estatuto de refugiados e, consequentemente, abrigados no Centro de Marratane. Entretanto de Janeiro a Julho do ano em curso, os Serviços Provinciais de Migração emitiram um total de 1.991 documentos relativos à prorrogação da permanência de cidadãos estrangeiros que desenvolvem actividades laborais autorizadas pela entidade competente.