A empresa Electricidade de Moçambique (EDM) considera que a situação de roubo de material eléctrico e vandalização de infra-estruturas da empresa, continua a assumir contornos mais preocupante nos últimos tempos.
Segundo Obede de Sousa, quadro senior da EDM, a sua empresa apreendeu, recentemente, diverso material eléctrico, nomadamente cantoneiras e parafusos, na véspera de ser exportado, a partir do Porto de Nacala, com destino à India e China. Obede referiu, ainda, que outra quantidade de material vandalizado no país tem como mercado África do Sul e Suazilândia. Queimadas descontroladas, derrube de postes de iluminação no campo, erosão provocada pelo homem junto das torres, constituem outras inquietações da EDM.
Em resultado da vandalização do material, quatro corpos sem vida foram encontrados carbonizados em alguns postos de transporte de energia de alta tensão, presumivelmente eletrocutados quando tentavam sabotar os cabos eléctricos. A EDM tem vindo a queixar-se de sistemáticos roubos de material eléctrico perpetrados por indivíduos desconhecidos, uma acção que, segundo a empresa, dificulta, sobremaneira, o trabalho de extensão da rede eléctrica aos diversos pontos do país e da província e Nampula, em particular.
De acordo com a fonte, ao longo do primeiro semestre de 2009, a EDM registou, na província de Nampula, prejuízos avaliados em cerca de três milhões de meticais, em resultado da vandalização das suas infra-estruturas eléctricas, nomeadamente luminárias, cabo torçado, mink, espias, postes de betão, nos distritos de Nacala, Angoche, além da própria capital provincial.
Das 201 torres instaladas entre Monapo a Nacala, numa extensão de 64 quilómetros, foram vandalizadas 39 torres, 108 cantoneiras e 1.419 parafusos. Sublinhou o nosso interlocutor Por seu turno, Arsenia Massingue, comandante da Políca da República de Moçambique (PRM) em Nampula, afirmou que, para estancar a situação, a sua corporação irá priorizar o envolvimento dos líderes dos conselhos comunitários, governos distritais e provinciais.
Acrescentou por outro lado que a partilha de informações por parte da empresa com a PRM, deve ser constante para uma conveniente coordenação institucional. A vandalização de material eléctrico resulta de um crime organizado e deve ser solucionada com toda a urgência. Disse a comandante provincial da PRM, sublinhando que a falta de energia eléctrica devido às referidas sabotagens não só afecta aos grandes empresários, mas, também, a todos nós. Daí a necessidade de as populações denunciarem os infractores.