Pelo menos 133 trabalhadoras, das quais 21 grávidas, afectas à empresa Beleza Moçambique, Lda, desmaiaram em plena actividade, na manhã de sexta-feira (23), no município da Matola, devido à inalação de grandes quantidades de poeira detectadas pela Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE). Não é a primeira vez que uma situação semelhante ocorre numa fábrica da mesma firma.
Foi um dia de faina que não acabou em desgraça porque as vítimas foram imediatamente socorridas para diferentes unidades sanitárias. A companhia em questão é produtora da marca de cabelos artificiais “Darling”. Só na unidade da Matola emprega 1.540 funcionários, segundo a porta-voz da INAE, Virgínia Muianga.
Ela contou que, na noite de quinta-feira (22), a gerência da empresa entendeu que devia realizar obras de reparação do chão de um dos sectores de trabalho com vista a eliminar rachaduras.
Durante o trabalho, produziu-se grandes quantidades de poeira que se alojou nas máquinas. No fim do trabalho, a limpeza não foi feita devidamente ou simplesmente houve negligência, considerou a fonte.
A intervenção ocorreu no numa área onde trabalham 800 pessoa, as quais quando chegaram aos seus postos, na manhã daquela sexta-feira, puseram-se a labutar como de costume, sem máscaras de protecção. Os estragos não tardaram. Volvidos alguns minutos e já com as máquinas a roncarem, algumas mulheres foram acometidas por tonturas e, em seguida, aconteceram desmaios simultâneos.
“Das 133 funcionárias, algumas das quais atendidas no Hospital Provincial da Matola (HPM), 21 são mulheres grávidas”, afirmou Virgínia Muianga. “Os principais sintomas”, de acordo com os médicos que interagiram com a equipa da INAE, “eram tensão alta e baixa, dores de cabeça e problemas respiratórios.”
A situação já está controlada e as vítimas tiveram alta médica no mesmo dia, mas as mulheres grávidas deverão continuaram em tratamento médico para assegurar que não haja complicações da sua saúde.
A empresa recebeu orientações nesse sentido de garantir que as outras vítimas repousem e deve explicar aos trabalhadores o que se passou para evitar possíveis distúrbios.
O @Verdade apurou que, na manhã do dia 26 de Maio de 2016, 10 operários afectos à mesma fábrica da “Darling”, em Malhampswene, na Matola, desmaiaram em pleno exercício da actividade, por terem inalado um cheiro de origem desconhecida, no interior das instalações.
O facto levou à paralisação de actividades por algum tempo.