O mês de agosto foi o mais violento no Iraque em mais de um ano, com 456 mortos, segundo números divulgados pelos ministérios da Defesa, do Interior e da Saúde. Pelo menos 393 civis, 48 policiais e 15 soldados faleceram no oitavo mês do ano.
Além disso, 1.741 pessoas foram feridas, de acordo com os dados oficiais. O balanço foi agravado por dois atentados suicidas devastadores executados no dia 19 de agosto contra os ministérios das Relações Exteriores e das Finanças, que deixaram 95 mortos e mais de 600 feridos. Agosto foi o mês de maior violência desde julho de 2008, quando morreram 465 pessoas.
Em julho deste ano, a cifra foi de 275 mortos. Contrastando com os dados, o número de soldados americanos mortos em agosto, depois da retirada das tropas no final de julho das cidades irquianas, é o menor desde a invasão do Iraque por parte dos Estados Unidos em 2003, com sete militares mortos, segundo o site independente icasualties.org.
O ataque, em pleno coração de Bagdá e contra símbolos do poder, revelam, no entanto, as falhas entre as forças armadas iraquianas, apesar de as autoridades alardearem sua preparação para proteger o país. O chanceler iraquiano Hoshyar Zebari, no entanto, admitiu que a segurança se deteriorou gravemente e acusou vários dirigentes da segurança de conspirar com os insurgentes. Esta deterioração da segurança é um desafio para o primeiro-minitro, que fez da melhoria da segurança um dos principais argumentos de campanha para as próximas eleições legislativa de janeiro de 2010.
O Exército americano também reconhece a degradação da segurança no país, atribuindo a violência a uma tentativa de prejudicar o governo no poder. Os 500.000 policiais e 250.000 militares iraquianos cuidam sozinhos da segurança nos centros urbanos, enquanto que a quase totalidade dos 129.000 soldados americanos estão posicionados no exterior das cidades com um papel de apoio de formação até sua retirada prevista para o final de 2011.