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Crise financeira condiciona conclusão de grandes projectos turísticos.

Moçambique não conseguiu concluir os grandes projectos turísticos previstos para este ano (2009), devido a crise financeira internacional. Segundo o Ministro do Turismo, Fernando Sumbana, a crise financeira internacional contribuiu para a redução do volume de investimentos neste sector e do número de turistas que tradicionalmente entram no país.

“Sentimos que, no que diz respeito ao investimento, não conseguimos concluir os grandes projectos, mas em relação aos pequenos projectos, os financiamentos continuam a fluir normalmente”, disse Sumbana, sem, no entanto, apresentar dados que ilustrem esta redução. Fernando Sumbana referiu que “isto constitui uma grande lição para nós e confirma aquele princípio que o Governo estabeleceu, de que é preciso apostar muito nas pequenas e médias empresas, porque em todo o mundo o turismo é desenvolvido por pequenas e médias empresas”.

“Os grandes projectos que nós tínhamos e que iam fazer grande diferença no sector do turismo estão a ser adiados, e eu espero que logo que os efeitos da crise global se minimizem os investidores regressem ao país, porque nós sabemos que eles têm interesse em investir, mas não vão fazê-lo assim de imediato”, sublinhou o Ministro do Turismo, falando Domingo ultimo a AIM.

Segundo Sumbana, em alguns pontos do país entraram menos turistas relativamente àqueles que entravam tradicionalmente. “Refiro-me, por exemplo, a um destino turístico de grande referência, que é Pemba, na província de Cabo Delgado, donde os turistas partiam depois para as Quirimbas, e este ano os números diminuíram muito”.

Em Inhambane, outro grande destino turístico, também houve uma redução do número de turistas. Entretanto, dados da direcção provincial do Turismo em Inhambane estimam em mais de 150 milhões de dólares norte-americanos o volume de investimentos no sector turístico, em 2008, o que corresponde à meta fixada para aquele ano. Fernando Sumbana disse não ter sido feita ainda a avaliação em termos numéricos, tanto relativamente a variantes como a investimentos feitos, “porque, normalmente, nós fazemos o balanço no fim do ano, altura em que anunciamos o número de turistas que entraram no país num determinado ano”.

Contudo, no que diz respeito ao turismo de negócio, que essencialmente é feito ao nível das cidades, Fernando Sumbana referiu que não houve uma grande redução, sobretudo nas cidades de Maputo, Beira e Chimoio, onde este tipo de actividade se desenvolveu normalmente. Apesar do decréscimo registado na actividade turística em 2009, no presente quinquénio, Moçambique conseguiu mais do que duplicar o número de turistas que vieram ao país, porque, segundo o Ministro, “se em 2004 falávamos em 611 mil visitantes, em 2008 já falávamos em 1.5 milhão de turistas”.

Neste quinquénio melhorou, igualmente, a facturação internacional, pois, em 2004 a mesma fixava-se em cinco milhões de dólares norte-americanos, sendo que em 2008 a facturação de turistas que vieram de fora de Moçambique foi de 190 milhões de dólares. Ao longo do quinquénio, a actividade turística em Moçambique, registou um crescimento superior a 20 porcento, e para além do impacto económico tem também uma grande importância social, na medida em que este sector emprega, actualmente, mais de 33.000 pessoas.

Presentemente, a capacidade de alojamento da indústria hoteleira moçambicana é de cerca de 20 mil camas, o que representa um crescimento significativo relativamente a 2004, em que o número de camas era de aproximadamente três mil.

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