Uma pessoa foi morta nesta segunda-feira durante confrontos entre manifestantes e forças de segurança em uma cidade tunisina perto da capital Túnis, disseram moradores e a agência de notícias estatal TAP. O protesto aconteceu em Tebourba, a cerca de 40 quilómetros de Túnis.
Cinco pessoas ficaram feridas e foram levadas a hospitais, disse a TAP. Os protestos contra a alta de preços, elevação de impostos e o desemprego se espalharam para cerca de 10 cidades do país do norte da África.
Mais cedo, a polícia da Tunísia disparou gás lacrimogéneo e entrou em confronto com centenas de manifestantes em duas cidades na região central do país.
A Tunísia, amplamente vista no Ocidente como o único sucesso democrático entre países onde revoltas da “Primavera Árabe” aconteceram em 2011, sofre com crescentes dificuldades económicas.
O dinar atingiu uma mínima recorde nesta segunda-feira em dados de déficit comercial e outros factores. O país do norte da África aumentou a partir de 1º de Janeiro o preço da gasolina e de alguns bens, assim como impostos sobre carros, ligações telefónicas, internet, acomodações em hotéis e outros itens, parte de medidas de austeridade concordadas com seus credores estrangeiros.
A economia está em crise desde que um levante em 2011 destituiu o antigo regime e dois grandes ataques militantes em 2015 atingiram o sector do turismo, que representa 8 por cento do PIB e é uma fonte-chave de receitas estrangeiras.
A polícia disparou gás lacrimogéneo na cidade central de Thala para dispersar centenas de pessoas que pediam mais desenvolvimento e empregos enquanto protestavam contra a alta inflação.
Os manifestantes queimaram pneus e atiraram pedras contra a polícia, disse Mohamed Hedi Omria, um morador, à Reuters. Confrontos também foram relatados em Kasserine, outra cidade central pobre onde centenas protestaram contra aumento de preços.