Os ensaios da mistura das farinhas de trigo e da mandioca para o fabrico de pão em curso no pais são promissores, revelou a AIM um pesquisador ligado ao projecto. “Quando iniciamos com os ensaios das misturas em Junho de 2007, a farinha da mandioca tinha uma comparticipação de 15 por cento, em Setembro do mesmo ano a proporção subiu para 25 e em Setembro do ano passado passou para 35 por cento”, disse Carlos Lucas, director adjunto para Investigação e Extensão na Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior e mais antiga instituição do ensino superior do país.
A Faculdade de Engenharia da UEM é a entidade responsável pela condução deste projecto que está integrado numa ampla iniciativa designada Programa de Tecnologia de Processamento de Recursos Naturais para o Desenvolvimento Sustentável (TecPro), financiada pelo Governo da Suécia.
Os ensaios de utilização de farinha mista para a produção de pão iniciaram em 1995, mas intensificaram em 2007 depois do Governo lançar um desafio às instituições de pesquisa para encontrarem soluções internas de modo a reduzir as importações da farinha de trigo, cujo preço estava, na altura, a subir de forma galopante no mercado internacional. Segundo Lucas, que é igualmente coordenador do TecPro, os ensaios da mistura das farinhas de trigo e mandioca estão em curso nos distritos de Inharrime, Jangamo e Zavala, na província de Inhambane, Sul do país.
“Os resultados são bons”, disse Lucas, acrescentando que “as misturas são promissoras, de ponto de vista nutricional”. O pesquisador revelou que misturas do trigo são também feitas com farinha produzida a partir de batata doce, milho e feijão nhemba.
Contudo, as experiências com esses produtos ainda não são feitas de maneira comercial, sendo que a farinha mais vulgar é a resultante da mistura do trigo e mandioca. “As comunidades estão a aceitar a farinha resultante da mistura com a mandioca”, disse, argumentando que as autoridades desses distritos têm vindo a sensibilizar as comunidades para aumentarem a produção da mandioca para alimentar esta iniciativa.
Num futuro breve, a iniciativa vai abranger a província nortenha de Nampula. O Tec Pro bneneficiou, nos últimos quatro anos (até Dezembro do corrente ano), de um orçamento de quatro milhões de dólares norte-americanos desembolsados pelo Governo da Suiça.
Além da pesquisa alimentar, o montante é também usado para financiar investigações orientadas para as áreas de energia, disseminação de tecnologias de informação e formação de pesquisadores. Na área alimentar, os pesquisadores já produziram resultados positivos no processamento de frutas para a produção de sumos e Jam, em projectos em curso na província de Maputo.