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SELO: O papel das novas tecnologias e da televisão na educação dos jovens – Por Miguel Luís

De um tempo para cá, a juventude mundial, em concreto a moçambicana, vem passando por transformações de vária ordem, das quais algumas são benéficas e outras nem nos sonhos. As referidas transformações têm lugar num período da História da humanidade em que se respira o ar da nova era, “a era das novas tecnologias”. Esta era, que significa um grande avanço para a humanidade no que concerne às invenções tecnológicas, é caracterizada pela facilidade e eficiência na obtenção de serviços que abrangem a educação, a saúde, o lazer, o entretenimento, dentre outros.

A facilidade e eficiência na obtenção dos serviços aludidos é feita através de aparelhos electrónicos de última geração, que alguns os chamam de novas tecnologias, tais como o computador, o telemóvel, a câmara, a televisão, dentre outros.

Coincidências acontecem, não obstante prefiro dar primazia científica ao facto de dois fenómenos terem lugar no mesmo espaço de tempo, e questionar metodicamente, qual será a relação existente entre as mudanças em nada benéficas na vida dos jovens e o papel que as novas tecnologias prestam na educação destes?

As novas tecnologias, dentre as quais encontramos a televisão, são um grande e potente meio difusor de ideias, atitudes e comportamentos. Estes meios usam vários canais de transmissão de conteúdos, dos quais os que maior contacto têm com os jovens são no caso da televisão, as telenovelas e os programas de entretenimento, e no caso dos computadores e telemóveis, a internet e os jogos. Sendo estes, meios de transmissão de conteúdos, são susceptíveis de vários comentários no que concerne ao seu papel na educação dos jovens, em grande parte negativos, pois a maioria dos conteúdos, por estes transmitidos, muito fazem, que lhes chegam a roubar a boa educação.

Sirvo-me da análise regressiva e comparativa para fundamentar estas afirmações. Há quinze anos, antes da explosão massiva do uso das novas tecnologias na nossa sociedade, os jovens escutavam e praticavam os ensinamentos dos mais velhos, ou seja, a boa educação sintetizava-se como a base sobre a qual se fundavam suas vidas. Porém, foi só se introduzirem as novas tecnologias que o caos se fez matéria. Visitemos jovens dos grandes centros urbanos, que têm acesso às novas tecnologias e posteriormente façamos o mesmo aos que vivem em zonas recônditas e não têm acesso a estas e as assimetrias vislumbrar-se-ão.

“Os tempos são outros”, já dizia uma das publicidades que pela comunicação social passou. Hoje, as horas de conversas com os mais velhos são trocadas pelos chats no Watsapp e Facebook. Os games, videos e fotos pornográficos substituem as horas de estudos. Os trabalhos escolares são feitos com recurso ao “copy and past” feito na informação que alguma página da internet apresenta, sem espaço para a crítica.

Os cemitérios transformaram-se em lugares de tirar fotografias e fazer danças sensuais como “Quadradinho”. Se anteriormente tinhamos poucas escolas com poucos usuários das novas tecnologias e um número elevado de bons estudantes, hoje, o número de usuários aumentou acompanhado pelo o de “DJs” e maus estudantes.

Os jantares em família são substituídos pelas telenovelas e programas de entretenimento, que em algumas famílias cada membro os vê no seu quarto, a maior parte das referidas telenovelas apresenta conteúdos amorais, comportamentos grosseiros, expressões marginais, vestuário que atenta ao pudor, valorizam ideias de preconceito e intolerância.

Os jovens estão numa fase em que testam hipóteses e formam sua personalidade. Ao ver conteúdos semelhantes, os assimilam de forma negativa e os imitam. “A arte se inspira na vida, e a vida imita a arte”. Sendo propagador do caos acima exposto, estarão as novas tecnologias prestando um papel positivo na educação dos jovens?

Não que eu seja contra os avanços tecnológicos. Contudo, em conformidade com o acima exposto, afirmo peremptoriamente que as novas tecnologias têm prestado com estrondo um papel crucialmente negativo na educação dos jovens.

Por Miguel Luís

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