A organização de defesa da liberdade de imprensa, Repórteres Sem Fronteiras (RSF) expressou esta segunda-feira seu “forte protesto” contra o “encerramento em massa” de meios audiovisuais privados na Venezuela que, considerou, foram “sacrificados por um capricho do governo”. RSF “protesta firmemente contra o encerramento das rádios privadas, oficialmente por ‘motivos administrativos'”, afirmou a entidade em comunicado divulgado em Paris.
“Este encerramento em massa de meios de comunicação considerados opositores, um precedente perigoso para o futuro do debate democrático, só responde à vontade do governo de fazer calar as vozes discordantes piorando as divisões no seio da sociedade venezuelana”, opinou a RSF. O Partido Socialista francês expressou nesta segunda-feira “dúvidas” e “preocupação” com a decisão das autoridades venezuelanas.
“As afrontas à liberdade de expressão representam ameaça ao exercício da democracia”, afirmou o PS em comunicado no qual também se referiu à lei que será votada no Parlamento venezuelano e que “reforça o leque de sanções” adotadas em 2004.
Segundo o Partido Socialista francês, na oposição, “o direito à crítica e à possibilidade de transmitir todo tipo de opiniões aos cidadãos, é elemento constitutivo da vida democrática”. O governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, cancelou no sábado a licença de funcionamento de 34 emissoras de rádio e ameaçou tirar do ar outras 200, em meio a uma campanha para acabar com o que chama de “abuso” da liberdade de expressão.
As emissoras foram fechadas na manhã de sábado, por decisão da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), o que levou milhares de pessoas às ruas, em Caracas e em várias cidades do interior do país.