O Ministério da Saúde (MISAU) reitera a necessidade de a sociedade moçambicana se envolver, massivamente, nas actividades com vista a promover o aleitamento materno exclusivo da criança, sobretudo nos primeiros seis meses de vida.
O apelo nesse sentido foi feito ontem, em Maputo, na conferência de imprensa destinada a anunciar o lançamento, segunda-feira, da Campanha Nacional de Promoção do Aleitamento Materno em todo o país e que terá a duração de 12 meses (até Agosto de 2010). Lídia Chongo, chefe do departamento da saúde da mulher e da criança no MISAU, disse tratar-se de uma iniciativa visando fundamentalmente intensificar as diversas actividades de promoção do aleitamento materno a todos os níveis.
A campanha, que vai envolver profissionais da saúde, organizações governamentais e não governamentais (ONGs) as lideranças comunitárias, visa, segundo Chongo, reforçar o papel do aleitamento materno, principalmente do aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida da criança. A mesma pretende, por outro lado, despertar a atenção para a importância de proteger, promover e apoiar a actividade de aleitamento, sensibilizar de forma contínua a sociedade civil, as várias organizações bem como as comunidades sobre as boas práticas do aleitamento materno e alimentação infantil.
“A promoção do aleitamento materno é uma das prioridades do ministério e esperamos com esta iniciativa promover uma mudança de comportamento e de práticas inadequadas sobre a alimentação infantil e maior consciencialização da população em geral, sobre a importância do aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida”, explicou Chongo.
Segundo as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno não exclusivo resulta, no mundo inteiro, em 1.4 milhões de mortes e é responsável por 10 por cento dos casos de doenças em crianças de idade inferior a cinco anos. Em Moçambique, as actuais taxas de aleitamento materno exclusivo são baixas, havendo desta feita necessidade de intensificar os esforços no sentido de inverter a actual realidade. Segundo dados do Inquérito Demográfico e de Saúde, realizado em 2003, embora 94 por cento das crianças de idade compreendida entre 12 a 15 anos sejam amamentadas ao peito, somente 30 por cento das crianças menores de seis meses recebem o aleitamento exclusivo.
Mais ainda, cerca de 80 por cento das crianças de idade compreendida entre os seis a nove meses recebem uma alimentação complementar inadequada. Contudo, importa sublinhar que o aleitamento materno protege a criança das doenças infecto-contagiosas, diarreicas, respiratórias porque contêm tudo o que a criança precisa para crescer saudável e desenvolver.
A chefe do departamento de saúde da mulher e da criança pede, por outro lado, as mães seropositivas a amamentarem os seus bebés sem recorrer as outras formas alimentação. “O leite materno além de ser limpo e higiénico está pronto e na temperatura certa, daí que a mãe não precisa de comprálo e quando mais o bebé mamar, maior será o leite que a mãe vai produzir”, disse Chongo.
Questionada sobre os riscos que uma mãe seropositiva pode colocar o seu filho, Chongo afirmou que quando a alimentação da criança for feita apenas com recurso ao aleitamento materno exclusivo não há perigo nenhum. “A mucosa e o tracto digestivo das crianças são muito sensíveis e quando a alimentação da criança é feita com bases em alimentos alternativos, isso pode provocar lesões que na hora da amamentação podem levar a criança se infectar pelo vírus da mãe”, explicou a fonte.
Desta feita, o MISAU vai, durante a campanha, promover e divulgar mensagens sobre aleitamento materno e alimentação infantil, capacitar os profissionais da saúde, activistas e os órgãos de comunicação social para a posterior disseminação das mensagens de apoio às mães na prática do aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida entre outras acções.