O Benfica cedeu neste sábado um empate 3a 3 com o Boavista no Estádio da Luz, quebrando uma série de seis vitórias consecutivas em todas as provas. A equipa de Rui Vitória bem se pode dar por satisfeita pelo ponto conquistado, pois aos 25 minutos perdia por impensáveis 3 a 0. Este resultado dá um novo fôlego ao FC Porto na luta pelo título, que pode hoje reduzir a desvantagem para quatro pontos quando estamos a meio do campeonato. Já o Sporting mantém-se a oito pontos, após ter empatado em Chaves.
O Boavista teve um início de jogo de sonho, aproveitando a letargia dos tricampeões nacionais, que entraram em campo lentos e talvez a pensar que, mais tarde ou mais cedo, o jogo se resolveria.
Depois de uma perdida de Gonçalo Guedes que os axadrezados ganharam vantagem no marcador: Iuri Medeiros tirou bem as medidas à baliza e bateu Ederson na cobrança de um livre directo. Um golo fantástico, que era o prenúncio para 25 minutos brilhantes.
Pouco depois o filme repetiu-se. Gonçalo Guedes falha o empate e, na resposta, outro livre de Iuri Medeiros colocou a bola na cabeça de Lucas Tagliapietra (que pareceu ter feito falta sobre André Almeida para marcar).
A claque axadrezada ainda festejava o segundo golo quando apareceu o 3 a 0, por Schembri, a passe de Iuri, pois claro, embora o maltês se tenha feito à bola quando estava fora de jogo… não entendeu assim o árbitro.
Rui Vitória lançou então Mitroglou (emendou o erro inicial) para o lugar de Rafa. A partir desse momento o volume de jogo ofensivo do Benfica aumentou, embora a vontade de fazer rápido e bem tornasse a tarefa boavisteira mais fácil para segurar o resultado. Só que um erro de Lucas Tagliapietra permitiu a Salvio descobrir Mitroglou para o primeiro golo das águias.
Ao intervalo, Rui Vitória arriscou com a entrada de Cervi para o lugar de Luisão, ficando André Almeida como central e o argentino a falso defesa esquerdo.
O Benfica empurrou o Boavista para trás e os axadrezados defendiam como podiam, preenchendo os espaços à frente da baliza e dificultando o jogo interior do Benfica. Só que Cervi, numa jogada individual, acabou derrubado por Edu Machado, e Jonas reduziu para 2 a 3.
Foi já com Zivkovic em campo que apareceu o empate, com o sérvio a cruzar para um autogolo de Fábio Espinho, que tentava ganhar o lance de cabeça a Jonas. O mais difícil estava feito e ainda havia 22 minutos para jogar. Só que a partir desse momento a ansiedade tomou conta dos jogadores do Benfica, que passaram a não conseguir ligar as jogadas ofensivas.
Chaves trava Sporting
Tal como sucedera em Vila do Conde com Gil Dias, Perdigão aproveitou a maior propensão ofensiva de Bruno César na esquerda para escapar sem marcação e centrar com conta, peso e medida. A bola caiu entre Coates e Esgaio, onde Rafael Lopes cabeceou sem oposição para o fundo da baliza leonina.
Num jogo em que precisava de entrar bem, o Sporting acusou o golpe de consentir um golo logo aos quatro minutos. Sem espaço junto à área contrária, a equipa voltou ao futebol de posse, lento e previsível, tentando depois cruzar para a área à espera de que Bas Dost resolvesse.
O Chaves agradeceu e continuou uma equipa unida, a dar poucos espaços e a procurar sair em transições rápidas pelos flancos, explorando as fraquezas dos laterais contrários. E foi assim que, aos 31 minutos, a equipa da casa esteve perto de fazer o segundo: Fábio Martins fugiu que nem um foguete a Esgaio e conseguiu espaço para um remate cruzado que não saiu longe do poste contrário.
O Sporting ganhou então três cantos seguidos mas continuava sem criar uma oportunidade clara de golo. Ainda assim, conseguiu chegar ao empate já no período de compensação, quando Gelson tirou finalmente um cruzamento perfeito e o seu colega holandês não perdoou, desviando bem de cabeça no coração da área.
Descontente com a produção da equipa, Jesus trocou Alan Ruiz e Joel Campbell por André e Bryan Ruiz ao intervalo. O conjunto subiu um pouco de produção, beneficiando também do desgaste que se ia acumulando do lado contrário. No entanto, no último terço tudo se mantinha igual. Há demasiados jogadores em mau momento (até Gelson parece contagiado pelo ambiente geral) e tudo acontece de forma lenta e previsível.
À entrada dos 20 minutos finais, o panorama agravou-se, quando Rúben Semedo viu justamente o segundo amarelo e deixou a equipa com dez. Mas foi assim que o Sporting chegou à vantagem, de forma quase inesperada. Bruno César lançou André e este centrou para Bas Dost desviar na cara de Ricardo.
Jesus retirou depois o holandês para colocar Paulo Oliveira e os leões até foram controlando as coisas. Só não contaram com o chapéu de Fábio Martins, que mostrou uma vez mais como o problema leonino passa muito pela forma como defende mal colectivamente.