O presidente da Renamo, maior partido da oposição moçambicana, reuniu-se ontem em Maputo, com o embaixador da União Europeia (UE) acreditados em Moçambique para analisar a situação política, ecomómica e social do pais.
Dhlakama disse a jornalistas momentos, após o encontro com os diplomatas da UE que o Pais é caracterizado por má governação, corrupção, discriminação, fala de justiça e de um Estado de Direito. O lider da Renamo, recentemente reconduzido a este cargo, aproveitou a ocasião para pedir aos diplomatas da UE financiamento para as eleições gerais e para as Assembleias Provinciais marcadas para 28 de Outubro próximo.
“A única coisa que eu pedi é o financiamento para a realização das eleições do pais através do Governo, apesar da má governação, corrupção, discriminação, falta de justiça e de um Estado de Direito. O que eu diz também foi pedir comida para os fiscais de todos os partidos políticos2”, revelou. De salientar que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) queixa-se da ausência de fiscais dos partidos políticos, sobretudo os da oposição. Num encontro realizado na semana passada, em Maputo, entre os órgãos eleitorais e corpo diplomático acreditado em Moçambique, o Presidente da CNE, Leopoldo da Costa, disse que os fiscais não estavam no terreno a acompanhar a actualização do recenseamento eleitoral por falta de condições, desde alimentação, transporte e subsídios.
Estas condições devem ser providenciadas pelos próprios partidos e, segundo o Presidente da CNE, a ausência dos fiscais no terreno já foi reportada aos partidos. Durante o encontro com os diplomatas da UE, o líder da Renamo queixou-se, ainda, da falta de abertura do Governo para com a oposição, das reprovações de propostas de lei submetidas pela bancada parlamentar da Renamo-União Eleitoral à Assembleia da Republica (AR), o parlamento moçambicano, nomeadamente contra abuso de poder e revisão do pacote eleitoral.
Outra queixa apresentada por Dhlakama foi a reprovação da candidatura de Isabel Rupia para o cargo de Juíza Conselheira do Conselho Constitucional (CC). “Em relação ao caso de Isabel Rupia, nós não vamos cruzar os braços, vamos continuar a falar porque foi uma decisão da Frelimo que é inconstitucional”, afirmou. O líder da Renamo encontra-se em Maputo desde a passada quinta-feira, tendo submetido, ao CC, a sua candidatura para às presidenciais na última sexta-feira. Dhlakama esteve cerca de cinco meses ausente da capital, instalado na província nortenha de Nampula, o maior círculo eleitoral do país “a manter contactos com as bases”.