Cerca de 21.1 milhões de Meticais foram aplicados num programa de crédito para pequenos pescadores moçambicanos, implementado pelo Governo, nos últimos anos, num esforço destinado ao desenvolvimento da pesca artesanal.
O Ministro moçambicano das Pescas, Cadmiel Muthemba, disse há dias, em Maputo, que o programa de crédito insere-se no plano do Ministério das Pescas para o presente quinquénio, que define o desenvolvimento da pesca artesanal e da piscicultura como uma das acções prioritárias daquela instituição, para assegurar o abastecimento do pescado ao mercado moçambicano.
“No âmbito deste programa, que para nós é de capital importância para a actividade da pesca artesanal, foram assinados 347 contratos com pescadores dos diferentes pontos do país, num montante global de 21.1 milhões de meticais”, realçou o governante moçambicano.
Muthemba referiu que, mercê do esforço desenvolvido pelo seu ministério, a produção da pesca artesanal registou um crescimento de 61 mil toneladas de pescado em 2004, para 103 mil toneladas em 2008. “Isto é o que está registado, mas eu acredito que muito mais pescado foi consumido ao longo do país”, frisou. Referiu que, igualmente, no contexto dos esforços para o desenvolvimento da pesca artesanal, foram reabilitados 589 quilómetros de estradas terciárias, em todo o país, tendo como objectivo facilitar o acesso aos centros de pesca, numa actividade que contou com o envolvimento das próprias comunidades locais.
“Para além disso, promovemos também a organização dos pescadores em associações, com vista a melhorar a sua eficiência produtiva e os seus rendimentos, tendo o número de grupos associativos, que em 2004 era de 130, aumentado para cerca de 210, em 2008”, afirmou o titular das pescas.
Segundo Cadmiel Muthemba, o número de pescadores artesanais organizados em associações passou de 2.150, em 2004, para pouco mais de 4.450 pescadores, em 2008, tendo sido ampliada também a rede rural de insumos de pesca, através de facilidades na abertura de 32 estabelecimentos de venda em pelo menos seis províncias. Por outro lado, durante o quinquénio, foram criados centros para a demonstração de melhores práticas que permitam uma melhor conservação do pescado pós-captura, com vista à valorização da produção pesqueira, fundamentalmente, através da implementação de técnicas melhoradas de processamento.
Nesse sentido, foram treinados cerca de três centenas de pescadores artesanais em técnicas melhoradas de conservação e processamento do pescado, particularmente nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Tete, Zambézia, Sofala, Inhambane e Gaza.