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Filme de “Kollywood” provoca histeria na Índia

Um filme de “Kollywood”, o cinema do sul da Índia, provocou tanta histeria ao longo do gigante asiático que nesta sexta-feira alguns escritórios preferiram dar folga para seus empregados se unirem aos milhares de fãs que estavam há dias esperando a estreia de “Kabali”.

Embora o cinema indiano seja mais conhecido fora do país por “Bollywood”, a megaindústria do celuloide com sede em Mumbai, o sul tem a sua própria produção cinematográfica em Chennai no idioma regional, o tâmil.

No entanto, o carisma de uma de suas estrelas, o actor Rajinikant, é tal que transformou num acontecimento a chegada às telas neste final de semana desta história de máfia que, apesar de tanta euforia, não conseguiu conquistar a crítica. “O filme se transforma numa orgia de disparos e violência, e qualquer aspecto do argumento e da história salta pela janela”, opinou o site informativo “News18”.

No entanto, a cena de milhares de espectadores dançando ao ritmo de tambores na entrada dos cinemas e exibindo camisetes com a imagem do seu ídolo perante os enormes cartazes de “Kabali” estendeu-se de Chennai a Nova Délhi, passando por Mumbai ou Bangalore, onde se viram longas filas nas bilheteiras.

Ao estilo das caravanas eleitorais na Índia, não faltaram as fileiras de jovens em motos anunciado a estreia, embora a intensa campanha promocional tenha feito com que em muitas das cerca de 12.000 salas onde está a ser projectada as ansiadas entradas estivessem reservadas há dias e para toda a próxima semana.

“Kabali” obteve 20% da bilheteira nas primeiras horas da sua estreia, contra apenas 8% de outros lançamentos do dia apesar de estarem protagonizados por estrelas como Irrfan Khan.

As televisões indianas mostraram imagens de escritórios vazios em empresas como a Fyndus, dedicada a softwares em Chennai, que decidiu dar o dia livre uma vez que a maioria dos funcionários tinha pedido para trocar o computador pela tela de cinema nesta sexta-feira. Houve inclusive quem viajou de Londres a Mumbai para não perder essa estreia, segundo a agência de notícias indiana “Ians”.

Filmado em tâmil, mas traduzido a outros idiomas como o híndi, este drama de acção escrito e realizado pelo indiano Panduranga Ranjith teve cenas rodadas na Malásia, Tailândia e Hong Kong.

O veterano Rajinikant, de 65 anos, embora pareça mais jovem no longa-metragem, volta às telas após um lapso de dois anos e já foi um dos actores mais bem pagos da Ásia, só superado por Jackie Chan.

A Índia produz o dobro de filmes de Hollywood, num país onde ir ao cinema é uma das principais actividades de lazer, e são vendidos a cada anos 3,6 biliões de ingressos, mais que nos Estados Unidos da América.

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