As Nações Unidas (ONU) colocaram fim à missão de paz desdobrada há 13 anos na Libéria para restaurar a ordem após duas guerras civis quase consecutivas e deixou nesta segunda-feira as forças nacionais à frente de todas as operações de segurança pela primeira vez desde 2003.
A Missão da ONU na Libéria (UNMIL) deixará um contingente de apoio formado por 1.240 soldados e 606 policiais, muito abaixo dos 3.590 militares e 1.515 agentes que havia até agora, que só intervirá “caso ocorra uma deterioração da situação de segurança”.
Nos últimos meses as forças de segurança liberianas já tinham começado a se encarregar de algumas tarefas como a protecção de altos cargos, a detonação de bombas e o registo de armas pertencentes ao Exército e à polícia.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, felicitou o governo da presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, pelos enormes progressos registados nos últimos anos que permitiram a retirada parcial dos boinas azuis.
“A contínua melhoria da segurança e da estabilidade da Libéria permitiu que as Nações Unidas entrassem na fase final de sua missão de paz no país”, declarou Ki-moon em comunicado.
Em Novembro, o secretário-geral da ONU realizará uma avaliação da situação da segurança na Libéria e enviará um relatório ao Conselho de Segurança, que deverá decidir se mantém a presença de boinas azuis além do 15 de Dezembro.
As Nações Unidas também reconheceram a contribuição da Comunidade Económica de Estados de África Ocidental (Cedeao), da União Africana (UA) e da União do Rio Mano, que inclui Libéria, Guiné-Conacri, Serra Leoa e Costa do Marfim.
A Libéria sofreu duas guerras civis (1989-1996 e 1999-2003) que custaram a vida de mais de 150 mil pessoas e forçaram o deslocamento de centenas de milhares de pessoas, o que levou o Conselho de Segurança das Nações Unidas a autorizar uma missão que em sua fase inicial chegou a contar com mais de 15 mil soldados.