Devido ao fluxo do dinheiro que o distrito de Malema, na província de Nampula, faz, a população, os agentes económicos licenciados e os vendedores ambulantes sempre clamaram pela instalação de um banco no distrito. E neste caso foi o BCI, por ser um banco com maior eficiência no tratamento de questões financeiras e no que diz respeito ao atendimento, flexibilidade e celeridade. Isso porque o Banco Terra não conseguia responder à demanda.
A instalação de um balcão em Malema foi vista como uma dádiva de Deus porque, sempre, este distrito, à semelhança de outros da zona centro e norte de Moçambique, foi desprezado pelo regime que governa o país.
A satisfação dos clientes do BCI em Malema encontra uma total desilusão e consternação pelas seguintes situações que desafio a direcção deste banco a corrigir:
1. Comportamento do gerente e seus companheiros de trabalho
Todos já sabemos que o sistema de recepção do salário na função pública e algumas instituições privadas se faz através das caixas automáticas (ATM). Acontece que o gerente deste banco só se interessa em brincar do que repor o dinheiro na ATM em caso de acabar, sobretudo aos fins-de-semana, em que os funcionários permanecem nas filas durante muito tempo e até dormem sem comer porque na ATM não há dinheiro.
O mais caricato é que o segurança que fica em serviço alerta ao gerente, mas este vem no tempo que lhe apetece. Tanto o governo local, como município e a Frelimo, que dirige o país sem ser eleita, não se interessam em chamar atenção ao tal gerente para se corrigir.
O governo faz esforço de pagar salário em tempo útil, mas a maioria dos funcionários fica quase uma semana ou duas efectuando idas e voltas na única ATM. Muitas vezes, nos dias de salário não há sistema há ATM.
2. Edifício pequeno
Aquele edifício que montaram em Malema é um insulto e representa o desprezo com que a Frelimo sempre tratou as regiões norte e centro. No tempo chuvoso os clientes ficam na fila e molham porque não há espaço para ficarem à espera de serem atendidos.
Quando há sol é uma lástima. Mesmo lá dentro os tais funcionários não respiram bem, nem se locomovem livremente durante a tramitação de assuntos dos clientes. O resultado disso é a demora que se verifica no atendimento, um facto aliado a actos de gingar de tais funcionários. Eu duvido que aqueles funcionários têm noções de relações públicas e técnicas de atendimento. Nos dias de pico, um cliente vai ao balcão às 6h00 e volta às 18h00 com muita fome.
Muitos vendedores preferem viajar com o seu dinheiro para Nampula, apesar de todos os riscos que tal prática acarreta.
3. Actuação dos seguranças
Estes, imbuídos dr espírito de orgulho, nepotismo e compadrio, actos que caracterizam a governação da Frelimo, quando há muita gente nas instalações do banco eles escolhem os seus amigos para serem atendidos em primeiro lugar, em detrimento da ordem de chegada.
Assim, eu e os outros utentes dos serviços do BCI em Malema apelamos à gerência para que substitua o tal gerente que denigre a imagem deste banco, porque Moçambique está repleto de indivíduos formados e cheios de humanismo. Ou que se trabalhe no sentido de corrigir tais humilhações.
Eu e o povo oprimido do centro e norte do país estamos cientes de que aquele gerente veio como colono do sul para colonizar os macuas e nada lhe será feito.
Pedimos ainda a correcção do comportamento dos seguranças e a edificação de um balcão maior que albergue muitos utentes, bem como aumentar o número de ATM’s, visto que Malema está a crescer.
Ciente de que a presente exposição vai merecer atenção de V.Excias e tomar em consideração, de forma urgente, as inquietações que coloco, subscrevo-me com elevada estima e consideração. Se quiserem verificar in loco o que digo, basta apenas que viagem até Malema e falem com os clientes. Por Jorge Valente