Confrontos entre membros de um sindicato de professores e polícias durante uma manifestação deixaram oito pessoas mortas e dezenas de feridas no México no domingo, em que a polícia disse ter sido infiltrada por indivíduos armados que dispararam contra agentes e atiraram coquetéis explosivos.
A violência irrompeu quando o batalhão de choque agiu para desalojar manifestantes que bloqueavam uma rodovia em Oaxaca, Estado do sul mexicano. Imagens de televisão mostraram cenas caóticas de homens fugindo da polícia ao som de tiros. Foi o pior incidente de uma série de protestos que vêm transcorrendo nos últimos meses contra reformas na educação que o governo adotou três anos atrás.
Enrique Galindo, director da Polícia Federal do México, disse que indivíduos mascarados que não são filiados ao sindicato estão por trás da maior parte dos episódios violentos, durante os quais atiraram coquetéis molotov e dispararam em policiais e civis.
“Este tipo de protesto radicalizado gera violência”, afirmou ele em conferência de imprensa na cidade de Oaxaca, a capital estadual.
O governador de Oaxaca, Gabino Cué, informou o saldo de vítimas e disse que a maior parte dos mortos eram jovens e que só dois tinham “elos com o sindicato”.
A manifestação de domingo, ocorrida próxima da cidade de Nochixtlan, cerca de 50 quilômetros a noroeste da cidade de Oaxaca, foi a mais recente de várias nos últimos dias que testemunharam manifestantes interrompendo o tráfego de outras rodovias com pneus em chamas.
Mais cedo no domingo, a polícia escoltou 120 camiões-tanque que levavam resíduos químicos da refinaria próxima de Salina Cruz, cuja proprietária e operadora é a petroleira estatal mexicana Pemex.
Na sexta-feira, a Pemex alertou que pode ser obrigada a interromper as suas operações na refinaria “em alguns dias” se o bloqueio continuar.