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Egipto encontra pertences e destroços de avião da EgyptAir no mar

A Marinha do Egipto informou nesta sexta-feira que encontrou objectos pessoais de passageiros e outros destroços flutuando no mar Mediterrâneo, uma confirmação de que um avião da EgyptAir caiu no mar na véspera com 66 pessoas a bordo durante voo de Paris para o Cairo.

Os militares disseram ter localizado os resquícios cerca de 209 quilómetros ao norte da cidade portuária de Alexandria e que estão a procura da caixa-preta da aeronave, que contém os registos de voo.

O presidente egípcio, Adbel Fattah al-Sisi, ofereceu condolências às famílias pelas pessoas a bordo do avião, o que equivale a um reconhecimento oficial do Cairo a respeito das suas mortes. O ministro da Defesa da Grécia, que também faz buscas no mar, disse que as autoridades egípcias encontraram parte de um corpo, bagagens e um assento na água pouco ao sul de onde o sinal do avião foi perdido.

Embora as suspeitas tenham recaído sobre os militantes islâmicos que explodiram outra aeronave sobre o Egipto meros sete meses atrás, nenhum grupo assumiu a responsabilidade mais de 24 horas depois do desaparecimento do voo MS804, realizado por um Airbus A320.

Três investigadores franceses e um especialista técnico da Airbus chegaram ao Cairo no início desta sexta-feira para ajudar a investigar o destino do avião desaparecido, afirmaram fontes aeroportuárias.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro egípcio, Sherif Ismail, afirmou que era cedo demais para descartar qualquer explicação para o desastre. O ministro da Aviação do país disse que um ataque terrorista é mais provável do que uma falha técnica. O anúncio desta sexta-feira sobre os destroços sucedeu uma confusão anterior a respeito da descoberta de restos do voo.

Equipes de busca gregas localizaram algum material na quinta-feira, mas mais tarde a companhia aérea informou que ele não pertencia ao avião.

Suspeita de ataque

Embora não exista uma explicação oficial para a causa da queda, a suspeita recaiu nos militantes que vêm combatendo o governo do Egipto desde que Sisi depôs o presidente islâmico Mohamed Mursi em 2013. Em Outubro, o Estado Islâmico assumiu a destruição de uma aeronave comercial russa que explodiu pouco depois de descolar de uma estância turística egípcia.

Investigadores russos atribuíram a detonação a uma bomba colocada dentro do avião. O incidente do ano passado devastou a indústria turística do Egipto, uma das maiores fontes de moeda estrangeira do país de 80 milhões de habitantes, e um ataque semelhante iria acabar com as esperanças de uma recuperação do sector.

Embora a maioria dos governos esteja evitando tirar conclusões precipitadas, o provável candidato presidencial republicano Donald Trump tuitou rapidamente após o desaparecimento do avião: “Parece mais um ataque terrorista. O avião saiu de Paris. Quando iremos ficar duros, espertos e vigilantes?” Mais tarde no mesmo dia, a pré-candidata presidencial democrata Hillary Clinton, a sua provável rival na eleição de 8 de Novembro, também disse que parecia se tratar de um acto de terrorismo, embora também tenha dito que uma investigação terá que determinar os detalhes.

Autoridades de várias agências dos EUA afirmaram à Reuters que a análises de imagens de satélites norte-americanos ainda não mostraram nenhum sinal de uma explosão e que seu país não descartou qualquer causa provável para a queda, incluindo falha mecânica, terrorismo ou um ato deliberado do piloto ou da tripulação.

No meio da incerteza sobre o que derrubou o avião, o Aeroporto Internacional de Los Angeles se tornou o primeiro grande terminal de transporte aéreo dos EUA a comunicar que está reforçando suas medidas de segurança. O voo MS804 desapareceu quando deixava o espaço aéreo controlado pela Grécia para entrar no espaço aéreo controlado pelo Egipto.

O ministro da Defesa grego, Panos Kammenos, disse que o Airbus deu uma guinada brusca e caiu de 37 para 15 mil pés antes de sumir das telas dos radares gregos. Não houve indicação oficial de uma causa possível, seja falha técnica, erro humano ou sabotagem. Islâmico ultrarradicais vêm atingindo aeroportos, empresas aéreas e pontos turísticos na Europa, no Egipto, na Tunísia e em outros países do Oriente Médio nos últimos anos.

A aeronave levava 56 passageiros – incluindo uma criança pequena e duas crianças de colo – e 10 tripulantes, segundo a EgyptAir. Entre eles havia 30 egípcios e 15 franceses, além de cidadãos de 10 outras nacionalidades.

O A320s normalmente comporta 150 pessoas, e o avião havia voado para a Tunísia e a Eritreia na quarta-feira antes de chegar a Paris vindo do Cairo.

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