Até 500 imigrantes podem ter morrido afogados no mar Mediterrâneo na semana passada, quando traficantes de pessoas espremeram passageiros em um barco já sobrecarregado e provocaram um naufrágio, afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) nesta quarta-feira.
Na segunda-feira, o governo da Somália disse que cerca de 200 ou mais de seus cidadãos podem ter morrido na tragédia enquanto tentavam cruzar ilegalmente para a Europa.
Depois de conversar com sobreviventes, o Acnur disse que o saldo final de mortes poderia ter sido muito maior. “Se isso for confirmado, um total de até 500 pessoas pode ter perdido a vida quando um grande barco afundou no mar Mediterrâneo em um local desconhecido entre a Líbia e a Itália”, afirmou o Acnur.
A agência disse que os sobreviventes –-37 homens, três mulheres e uma criança de 3 anos-– foram resgatados por um navio mercante e levados à Grécia no dia 16 de Abril.
Eles contaram que estavam entre as 100 e 200 pessoas que zarparam da Líbia na semana passada em direção à Itália. Depois de várias horas no mar, os traficantes tentaram transferi-los para uma embarcação maior que já estava repleta de imigrantes. Esse navio afundou antes que os sobreviventes pudessem ir a bordo. Eles ficaram à deriva entre um e três dias até serem salvos.
O grupo consistia de 23 somalis, 11 etíopes, seis egípcios e um sudanês. O governo somali disse na segunda-feira que o navio naufragado havia partido do Egipto.
As notícias do desastre coincidiram com o primeiro aniversário de uma das maiores tragédias no Mediterrâneo nos últimos tempos, quando estimados 800 imigrantes se afogaram na costa líbia depois que o barco pesqueiro em que navegavam colidiu com um navio mercante que tentava resgatá-los.
Cerca de 150 mil imigrantes chegaram à Itália de barco em 2015, a grande maioria oriunda da Líbia. Cerca de 25 mil imigrantes já aportaram no país este ano, um aumento de 4,7 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério do Interior italiano.