O primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur David Gunnlaugsson, tornou-se na primeira baixa resultante das revelações dos “Panama Papers” ao renunciar nesta terça-feira, depois que arquivos tornados públicos revelaram que a sua mulher era proprietária de uma empresa offshore com grandes créditos nos bancos islandeses.
O vice-líder do governista Partido Progressista, Sigurdur Ingi Johansson, que é ministro da Pesca e da Agricultura, disse aos repórteres após uma reunião do partido que a legenda planeia indicá-lo como seu novo líder.
Gunnlaugsson renunciou antes mesmo da votação de uma moção de desconfiança, horas depois de pedir ao presidente islandês, Olafur Ragnar Grimsson, que dissolvesse o Parlamento. O presidente respondeu que iria conversar com os principais partidos do país antes de tomar uma decisão. Dissolver a legislatura quase certamente levaria a uma nova eleição.
Na segunda-feira, a oposição entrou com uma moção de desconfiança e milhares de islandeses reuniram-se diante do Parlamento, atirando ovos e bananas e exigindo a saída do líder do governo de coligação de centro-direita, no poder desde 2013.
Gunnlaugsson é a primeira vítima dos “Panama Papers”, milhões de documentos tornados públicos de um escritório de advocacia sediado no Panamá e especializado na criação de empresas offshore que revelam arranjos financeiros de políticos e figuras públicas de todo o mundo.