Três cidadãos estão a contas com a Polícia da República de Moçambique (PRM) no distrito de Sanga, província do Niassa, acusados de rapto e assassinato de um cidadão, supostamente com problemas de albinismo, na passada sexta-feira (11), no povoado de Malemia.
Segundo as autoridades policiais daquele ponto do país, os indiciados interceptaram a vítima, de 15 anos de idade, na via pública, por volta das 16h00, e arrastaram-na para um lugar isolado, onde extraíram os ossos dos membros superiores e inferiores para a venda. Entretanto, os visados não disseram quem é o mandante. A outra parte do corpo foi recuperada e entregues aos parentes do malogrado.
Uma equipa de perícia, da qual fazem parte elementos da saúde, disseram que os ossos encontrados nas mãos dos três indivíduos são realmente humanos, e pertencem a um cidadão com mais de 25 anos de idade.
Em Setembro do ano passado, o Governo moçambicano criou um grupo multissectorial de trabalho no sentido de encontrar medidas de protecção às pessoas com albinismo, que há bastante têm sido alvos de perseguição para fins até aqui desconhecidos. A equipa, liderada pelo Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, ainda não veio a público mostrar o que tem feito.
Em Nampula, a Task Force, um organismo criado para o combate ao tráfico de pessoas, criticou a aparente inacção das autoridades no tratamento do rapto e assassinato de pessoas com uma anomalia orgânica caracterizada por ausência ou grande falta de pigmento na pele, nos olhos, nos pêlos e no cabelo.
Aquele organismo acusou ainda o Executivo de não estar a levar a sério o problema, para além de este não cumprir cabalmente a sua tarefa de criar meios eficazes para fazer face à situação.
