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Caçadores furtivos teimam em abater animais protegidos e mais de 70 quilos de cornos de rinocerontes apreendidos em Maputo

A audácia dos caçadores furtivos, com impacto pernicioso na fauna e biodiversidade, parece estar longe de ser refreada em Moçambique. Na semana finda, a Polícia da República de Moçambique (PRM) e as Alfândegas apreenderam 76.6 quilogramas de rinocerontes e seis quilogramas de garras e dentes de leão escondidos numa mala num voo que tinha como destino o Quénia, a partir do Aeroporto Internacional de Maputo.

Todavia, ninguém foi detido em conexão com esta situação que, de longe, consubstancia a continuação do abate de animais protegidos por lei, pese embora os apelos para que se evite tal mal.

“O proprietário das malas não foi indetificado”, disse Orlando Modumane, porta-voz da PRM em Maputo. Segundo ele, o produto confiscado encontra-se aguardado num local seguro, que não foi revelado à imprensa.

Sobre a segurança a que Modumane se refere, só as próprias autoridades podem fazer fé nisso. É que em Maio de 2015, 65 cornos de rinoceronte, com peso estimado em 124 quilogramas, foram apreendidos num condomínio luxuoso em Tchumene, no município da Matola, mas posteriormente roubados nas instalações do Comando Provincial da Polícia, local que a Polícia julgava também seguro, até porque estava trancado com três cadeados cujas chaves foram confiadas a igual número de pessoas.

O produto, que tinha sido apreendido na residência de um cidadão chinês, faz parte de um lote que incluía 340 pontas de marfim, o que equivale a 1.160 quilogramas. Volvidos quase 10 meses, não se sabe qual foi a “sorte” deste cidadão em relação à justiça moçambicana, que tem feito apelos ensurdecedores para que protagonistas da caça furtiva sejam severamente punidos. Aliás, pouco ou quase nada se sabe sobre os mandantes deste acto.

Ainda no ano passado, os ministérios do Interior e da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural incineraram 2.434,6 quilogramas de peças de marfim e 193,5 quilogramas de cornos de rinoceronte numa acção que supostamente visava desencorajar os mentores do despovoamento dos parques e das reservas.

Do produto incinerado, uma parte foi extraído de animais abatidos no Parque do Limpopo, em Gaza, no Kruger Park, na África do Sul. Nesta área de conservação, há dias, pelo menos três moçambicanos foram mortos por Rangers, uma força sul-africana de elite criada para combater a caça furtiva naquele país.

Trata-se de uma unidade que tem sido implacável em situações desta natureza e não é hesita em atirar para matar quando alguém coloca em causa a vida dos animais naquele parque, mormente de rinoceronte, uma espécie cujos chifres são bastante procurados pelos furtivos, dado o seu valor comercial, que no mercado negro chegava a custar 133 dólares por grama, até o ano transacto; e o marfim rondava a 2.100 por quilo. Contudo, há moçambicanos que desafiam os Rangers e, vezes sem conta , morrem à procura de um corno ou pontas de marfim.

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