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Seca deixa quase 5 milhões de pessoas em risco de fome na Somália, alerta FAO

A falta de chuvas e a seca que afecta o norte da Somália colocou 4,7 milhões de somalis, 38% da população, em situação de insegurança alimentar, em uma situação definida como “terrível”, alertou nesta segunda-feira a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Um estudo de campo elaborado pela Unidade de Segurança Alimentar e Análise de Nutrição para a Somália (FSNAU), vinculada à FAO, e a Rede de Sistemas de Alarme Antecipado de Crise de fome (FEWS NET), revelou que 931 mil pessoas estão em situação de crise, a maior parte deslocados internos.

“Os números falam por si só”, explicou o director de FAO Somália, Richard Trenchard, que definiu a situação como “terrível” e com perspectivas de piorar em Puntlandia e Somalilândia, já que a temporada de chuvas só começará no final de Março, início de Abril.

O coordenador humanitário das Nações Unidas na Somália, Peter de Clercq, se mostrou muito preocupado com “o nível desnutrição, especialmente entre as crianças” e destacou que mais de 300 mil crianças sofrem de desnutrição severa e que quase 60 mil podem morrer em breve se não receberem tratamento.

A seca e a falta de chuvas, unidas à pobreza crónica, à interrupção do comércio nas regiões controladas pelo grupo terrorista Al Shabab nas regiões do sul do país e os deslocamentos maciços de população dispararam a necessidade de ajuda humanitária na Somália.

“A população rural de todo o país será muito afectada pela escassez de chuvas, e se preveem migrações maciças de gado a áreas menos áridas, assim como um aumento substancial no preço de água”, declarou o assessor chefe da FSNAU, Daniel Molla.

Por outro lado, o centro e o sul da Somália registaram chuvas acima da média, e a FAO estima que a produção de cereal chegará a 130 mil toneladas, quase 20% a mais que nos últimos cinco anos. O plano de resposta das Nações Unidas para a Somália estima que em 2016 serão necessários 885 milhões de dólares norte-americanos para enfrentar a crise humanitária do país. Aproximadamente a metade desse valor será destinada à alimentação e a projectos de melhoria da segurança alimentar entre as comunidades locais.

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