O ex-ministro da Administração Territorial, Pascal Bodjona, foi liberto de cadeia sábado último após mais de 500 dias de detenção por “vigarice internacional”.
De acordo com a agência PANA, o ex-diretor de Gabinete do actual Presidente togolês, Faure Gnassingbé, então considerado como o número dois do regime, foi conduzido e encarcerado sob uma forte escolta policial em Agosto de 2014, na cadeia de Tsévié, a 35 quilómetros a norte de Lomé, por “vigarice internacional”.
Ele foi várias vezes apresentado ao juiz na sequência dum recurso dos seus advogados interposto junto do Tribunal de Apelação, no Supremo Tribunal e no Tribunal de Justiça da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). À sua saída de prisão, ele foi acolhido por uma multidão de fãs sábado último no seu bairro na periferia norte de Lomé onde ele agradeceu a Deus.
Desde Novembro último, a possibilidade da sua soltura já se vislumbrava, mas, de fontes concordantes, insinuavam-se problemas políticos que bloqueavam o seu processo. Os litígios de Pascal Bodjona com a Justiça começaram a 1 de setembro de 2012. Um seu comparsa, Bertin Sow Agba, então presidente director-geral de Optimal Protection Service (OPS), prestador de serviços privados de segurança no Togo, foi capturado em 2011 por ter burlado a Abbas El Youssef, um rico empresário árabe, 48 milhões de dólares americanos.
O ministro Bodjona, citado neste caso, segundo Abbas El Youssef, utilizou o seu nome e o seu título de ministro para o “convencer” a negociar com os que o enganavam, designadamente Bertin Sow Agba (seu coacusado) e um Francês, Loïc Le Floch-Prigent, ex-presidente diretor-geral da petrolífera francesa ELF.
O seu co-acusado, Bertin Agba, que passou mais de um ano na cadeia de Tsévié depois de liberto sob caução, conseguiu fugir do país. Loïc Le Floch-Prigent, igualmente solto, por razões de saúde, está desde então em França.