Um Tribunal da África do Sul condenou na segunda-feira 10 e 17 anos de prisão dois sul-africanos acusados de terem morto à facada o moçambicano Emanuel Sithole durante ataques xenófobos em Abril.
Sifundo Mzimela e Mthinto Bengu foram considerados culpados pela morte de Sithole, a 18 de Abril em Alexandra, Joanesburgo, tendo sido condenados pelo tribunal de Gauteng às penas de 10 e 17 anos, respectivamente.
Emanuel Sithole morreu após ser atacado à facada, tendo a violência do ataque captado a atenção do mundo através de fotos tiradas por um fotógrafo do semanário sul-africano Sunday Times, que acompanhou o ataque e levou a vítima para o hospital, onde acabou por morrer.
O tribunal constatou que os dois acusados tiveram a intenção de matar Sithole, tomando em consideração a anterior confissão de Mthinto Bengu.
Sithole é um dos três moçambicanos mortos durante a onda de violência contra estrangeiros que assolou a África do Sul no ano passado, obrigando pelo menos 1.500 moçambicanos a abandonarem o país. Em 2008, morreram 72 estrangeiros na África do Sul, vítimas de ataques xenófobos nos bairros suburbanos.
Para fugir dos altos índices de pobreza em Moçambique, a população, principalmente a mais jovem das zonas rurais, emigra ilegalmente para a vizinha Africa do Sul, à procura de melhores condições de vida, no país que tem uma das economias mais avanças de África. Além de moçambicanos, a violência contra estrangeiros tem visado cidadãos da República do Congo, da Somália, do Bangladesh e da Etiópia.