O sector de estradas em Moçambique beneficiou de um investimento no valor de um bilião de dólares ao longo do quinquénio (2005- 2009), através de recursos disponibilizados através do Fundo de Estradas. Segundo o ministro das obras públicas e habitação, Felício Zacarias, estes recursos permitiram concretizar vários projectos desenhados para referido o período, embora alguns estejam ainda em curso.
Durante este período mais de 2.500 quilómetros de estradas foram asfaltados no país. Para Zacarias, a transitabilidade da Estrada Nacional Número Um (EN1) melhorou substancialmente, graças as intervenções realizadas nalguns troços com os recursos disponibilizados.
O processo de reabilitação da EN1 iniciou nos troços Maputo – 3 de Fevereiro, na província de Maputo; Incoluane- Chicumbana, em Gaza; Chissibuca-Massinga e Nhanchengue-Pambara, também em Inhambane ambos na província de Inhambane. Ainda na primeira fase deste processo, foram reabilitados os troços Muxúngue -Inchope, na província de Sofala, e Alto Molócue -Rio Ligonha, na Zambézia, ambos no Centro do país.
Assim, na EN1, falta reabilitar os troços Jardim – Benfica, na cidade de Maputo, cujo início está previsto para o corrente mês, Massinga – Nhachengue, em Inhambane e a estrada Xai-Xai -Chissibuca (em Gaza e Inhambane, respectivamente), cuja primeira pedra foi lançada a 29 de Abril último. “Hoje, contrariamente aos últimos anos, a transitabilidade da EN1 melhorou substancialmente, graças aos trabalhos de reabilitação que realizamos nos vários troços, alguns dos quais ainda estão em curso.
A conclusão das obras em curso vai certamente trazer um grande desenvolvimento económico às regiões onde estão implantadas estas obras e, nalguns casos, constitui um incentivo ao desenvolvimento do turismo em Moçambique” defendeu. No período 2005 a 2008, o sector de estradas já havia cumprido 66 por cento do Plano Quinquenal do Governo, previsto para este sector.
De acordo com dados da Administração Nacional de Estradas (ANE), durante este período, realizaram-se 22 intervenções em igual número de troços distribuídas em 12 estradas nacionais, numa extensão de 2.019 quilómetros, incluindo 608 quilómetros da EN1. Igualmente, este sector realizou outras quatro intervenções em igual número de troços de estradas regionais, na província central de Sofala, abrangendo um total de 395 quilómetros.
No período em revista, a manutenção de rotina realizada pela ANE nas estradas nacionais cobriu 52 mil quilómetros. Refira-se que a rede nacional de estradas é de cerca de 30 mil quilómetros, dos quais menos de 10 mil quilómetros são asfaltadas. A manutenção das estradas não asfaltadas constitui uma medida provisória, embora muito onerosa, que visa resolver o problema de transitabilidade da via de acesso durante um determinado período.
Contudo, a mesma estrada volta a ficar degradada na época chuvosa. “Ao analisarmos a área de estradas constatamos que, de uma forma geral, os grandes objectivos fixados foram atingidos, não obstante alguns destes objectivos virem a ser concluídos poucos meses após o fim do presente ano. Mas, no essencial, todos foram executados e/ ou estão em curso” referiu.
Ainda ao longo deste período, foram construídos e/ou reabilitados 1.340 metros de pontes. Trata-se das pontes Moamba- Sábie (província de Maputo), Chókwé- Guijá (Gaza), Mocuba-Lugela (Zambézia), Meluli, em Nampula, e a Rainha Axiwadjinra, na província nortenha de Niassa. Recentemente, foi concluída a ponte sobre o Rio Zambeze, que liga os distritos de Caia e Chimuara, nas províncias de Sofala e Zambézia respectivamente, ambos localizados na zona centro, cuja inauguração está agendada para 1 de Agosto. Enquanto isso, está em execução a ponte sobre o rio Rovuma, entre Moçambique e Tanzânia.
Várias outras encontram-se em fase de reabilitação, incluindo a Ponte Samora Machel, na província central de Tete, e a ponte que dá acesso à Ilha de Moçambique, na província de Nampula, norte de Moçambique. O sector de estradas em Moçambique é o que beneficia de maior volume de investimentos públicos, porém, os mesmos ainda aquém de responder as necessidades do país, actualmente calculadas entre 200 milhões a 220 milhões de dólares.
Este montante visa a implementação do Programa Integrado do Sector de Estradas (PRISE), que incide sobre as estradas (classificadas e não-classificadas) e pontes, capacitação institucional, desenvolvimento de recursos humanos, incluindo o impacto sócio -económico do próprio plano.