O preço do barril de referência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) atingiu na quarta-feira(06) o valor de 29,71 dólares norte-americanos, caindo para menos de 30 dólares norte-americanos pela primeira vez desde 5 de Abril de 2004, informou nesta quinta-feira em Viena, na Áustria, a organização. Contudo em Moçambique o Executivo continua a não fazer reflectir esta baixa para os consumidores que pagam o mesmo preço que em 2011 quando o barril custava 120 dólares norte-americanos.
“Depende da evolução da taxa de câmbio, se continuar nos termos em que está haverá um reflexão nos preços dos consumidores. Dado que o petróleo é cotado em divisas e é vendido em meticais há dois factores: o preço e taxa de câmbio. Se a evolução da taxa de câmbio continuar com está em breve poderá se justificar” respondeu ao @Verdade em meados de Dezembro o ministro da Indústria e Comércio Max Tonela, quando o preço do barril tinha baixado dos 40 dólares norte-americanos.
Na altura o ministro ainda revelou que era necessário “ver o preço combinado, redução do preço no mercado internacional e esta subida do cambio (metical vs dólar), esta monitoria é feita numa base mensal”.
Antes, a 16 de Dezembro, o Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, havia explicado ao @Verdade que “o processo do ajustamento dos preços internacionais não ocorre imediatamente” mas também revelou que “houve muito recentemente a mudança de intermediário na compra de combustível então é todo um processo que faz com que não se reflita de imediato”.
Recorde-se que para 2016 o Governo de Filipe Nyusi decidiu acabar com o subsídio que existia desde 2008 para as gasolineiras manterem o preço dos combustíveis congelados.
Entretanto com esta desvalorização, a cotação do petróleo da OPEP mantém a sua tendência acentuada de queda, alheia à tensão política entre dois dos seus países-membros, Irão e Arábia Saudita, que tinha despertado o temor de uma elevação dos preços.
Este valor de 29,71 dólares norte-americanos é 4,8% menor que a cotação do dia anterior e chega ao ponto mais baixo da tendência generalizada de queda que começou há 18 meses.
O petróleo Brent, de referência na Europa, e o Intermediário do Texas (WTI), nos Estados Unidos, caíram 5,5% e 6%, respectivamente.
A oferta excessiva de petróleo no mercado e as dúvidas sobre a evolução da economia mundial, acrescidas das recentes quedas nas bolsas chinesas, continuam a ser os principais factores que afetam o preço do petróleo.
Nesse contexto de super abastecimento, vários analistas consultados pela agência Efe concordaram em que a crise entre Arábia Saudita e Irão teria que degenerar em um conflito muito mais grave para ter um impacto nos preços do petróleo.