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Utentes queixam-se de má actuação no Posto de Saúde de Namicova em Cuamba

Utentes queixam-se de má actuação no Posto de Saúde de Namicova em Cuamba

Foto de Leonardo GasolinaAlguns utentes do Posto de Saúde de Namicova, no distrito de Cuamba, província de Niassa, estão de costas voltadas com uma enfermeira e agente de serviço afectos àquela unidade sanitária, por alegada lentidão na prestação de cuidados médicos.

A unidade hospitalar em causa localiza-se a seis quilómetros da sede distrital de Cuamba, no bairro de Mecupa, localidade municipal de Maganga. Segundo populares, a enfermeira e agente de serviço cujos nomes não apurámos maltratam os doentes e a situação afecta também os munícipes das zonas residenciais de Mecupa-Centro, Maganga, Mucuapa e Tetereane.

O @Verdade soube que, vezes sem conta, as duas funcionárias não se fazem ao Posto de Saúde de Namicova durante três a quatro dias consecutivos numa semana. Os utentes classificam esta atitude como uma sabotagem, desacato e um claro incumprimento dass suas obrigações profissionais. Por conta disso, dezenas de doentes são largados à sua própria sorte.

Como consequência disso, segundo Gilda Paulo, de 27 anos de idade, muitos doentes são obrigados a percorrerem mais de seis quilómetros à procura de uma unidade hospitalar mais próxima, o que faz com que alguns pacientes em estado grave morram pelo caminho. Aliás, as condições das vias de acesso são deploráveis naquela circunscrição geográfica.

A nossa interlocutora acrescentou que nos poucos dias em que as visadas se fazem ao seu local de trabalho, o atendimento tem sido desumano, chegando até a proferir palavrões tais como: “quem não se contenta com os trabalhos por nós prestados pode recorrer onde quiser”.

Maurício Bartolomeu Mussunquiwa, um líder religioso da zona em alusão, de aproximadamente 50 anos, fez-se passar de um paciente, pelas 09h00 de terça-feira (29). Chegado ao Posto de Saúde de Namicova constatou que até aquela hora as portas da unidade sanitária encontravam-se ainda encerradas e com dezenas de pacientes deitados numa varanda. Ele decidiu regressar à casa. A enfermeira e a agente de serviço só chegaram por volta das 10h00.

Volvidas mais três horas, ou seja, por volta das 13h00 horas, Mussunquiwa retornou ao local e as portas estavam novamente fechadas e alguns pacientes a regressarem para suas residências sem terem sido atendidos, por razões não esclarecidas.

Uma outra situação apontada pelos utentes prende-se com o estado avançado de degradação em que aquela unidade hospitalar se encontra, dado que desde a sua construção, em princípios da década 80, beneficiou de obras de reabilitação apenas uma vez, o que gera desconfiança no que tange à conservação do material hospitalar em uso.

O @Verdade soube ainda que estes e outros problemas são do conhecimento das autoridades distritais de saúde. Entretanto, os nossos entrevistados acusam os titulares do sector em Cuamba de nada fazerem no sentido de reverter o cenário.

A nossa Reportagem procurou, sem sucesso, ouvir a direcção do sector de saúde em Cuamba sobre as situações acima arroladas. A informação passada foi de que as pessoas indicadas (o director distrital e o médico chefe distrital) para falarem à imprensa estavam ausentes. Uma fonte garantiu-nos que a direcção está a par do problema e medidas serão tomadas.

Refira-se que 22 agentes de medicina geral foram graduados na segunda-feira (28) pelo Centro de Formação de Cuamba. Os técnicos foram desafiados, pelo director provincial de saúde, a pautarem pela dedicação ao trabalho de forma a contribuir para a melhoria da qualidade de saúde das comunidades.

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