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África do Sul expulsa diplomata norte-coreano que foi detido, e solto, em Moçambique por tráfico de chifres de rinocerontes

África do Sul expulsa diplomata norte-coreano que foi detido

Foto de ArquivoO governo da África do Sul expulsou do país um diplomata da Coreia do Norte de alto escalão que utilizava a sua imunidade e a mala diplomática da sua embaixada para traficar troféus de caça ilegal. O diplomata identificado pelo nome de Pak Chol Chun foi detido em Maio na capital moçambicana, na posse de cornos de rinoceronte e avultada quantia em dinheiro, mas acabou por ser solto mediante o pagamento de uma caução e deixou Moçambique.

De acordo com a imprensa o diplomata norte-coreano deixou a África do Sul no dia 11 de Dezembro depois do Governo de Pretória lhe ter dar em Novembro um prazo de 30 dias para abandonar o país. Pak havia sido detido em Maputo, no início de Maio deste ano, na companhia de um compatriota seu identificado de Kim Jong Su, que estaria em Moçambique como mestre de taekwondo.

Na viatura que transportava os dois norte-coreanos, e mais dois cidadãos moçambicanos, foram encontrados pela Polícia da República de Moçambique (PRM) 4,6 quilogramas de cornos de rinoceronte e ainda 93.300 dólares norte-americanos.

Na altura o porta-voz da PRM na cidade de Maputo, Orlando Mudumane, afirmou que após a detenção os dois estrangeiros acusados de tráfico foram restituídos à liberdade após o pagameto de umafiança no valor 30 mil dólares norte-americanos.

A agência de notícias Yonhap noticiou na altura que após a libertação ambos cidadãos norte-coreanos deixaram Moçambique com destino à África do Sul por via terrestre.

A agência noticiosa, citando um porta-voz da embaixada da Coreia do Sul na África do Sul, referiu que Pak Chol Chun e Kim Jong Su são visitantes frequentes de Moçambique onde adquiriam troféus de animais selvagens caçados ilegalmente.

Desde 2013 que os rinocerontes estão extintos em Moçambique mas traficantes dos seus chifres continuam a usar o nosso país como rota para o tráfico. O distrito de Massingir é apontado como a principal rota de comércio de chifres de rinocerontes que são abatidos no Parque Kruger e, aproveitando a proximidade com a África do Sul e as facilidades das autoridades do lado moçambicano, passam dos caçadores furtivos para os traficantes que os fazem chegar aos mercados paralelos da Ásia, particularmente ao Vietname, onde o quilo do corno de rinoceronte chega a ser vendido a 100 mil dólares norte-americanos.

A procura do chifre de rinoceronte deve-se à crença, naquela região do globo, que transformado em pó tem propriedades milagrosas como reduzir a febre, aliviar a dor, parar hemorragias nasais e curar doenças graves, incluindo o cancro.

Vários cidadãos estrangeiros, principalmente de nacionalidade vietnamita e chinesa têm sido detidos na posse de cornos de rinoceronte, marfins e outros troféus da caça ilegal mas acabam por ser libertos pelas autoridades judiciais moçambicanas e desaparecem sem deixar rasto. Não há indicação de que algum deles tenha sido condenado por um tribunal em Moçambique.

Nem mesmo os implicados na maior apreensão de troféus de caça da história de Moçambique, que aconteceu em Maio deste ano no município da Matola, foram julgados e condenados.

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