O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) exige das autoridades etíopes a libertação dum jornalista, Fikadu Mirkana, detido por ter coberto uma manifestação popular.
Num comunicado transmitido quarta-feira à PANA em Dakar, o CPJ revela que Mirkana, um jornalista na cadeia de Estado, Oromia Rádio e TV, foi preso sábado último de manhã na sua casa em Addis Abeba.
A organização para a protecção da liberdade da imprensa revelou que a detenção de Mrikana ocorreu depois da cobertura pela Rádio TV Oramia, nas últimas semanas, de manifestações contra um plano de alargamento da capital etíope, uma operação que, segundo organizadores, deverá deslocar milhares de camponeses.
O CPJ citou um relatório divulgado por Human Right Watch (HRW), organismo de defesa dos humanos, que indica que dezenas de manifestantes morreram em confrontos que os opunham à Polícia no Estado regional de Oromia.
“Os jornalistas têm um papel vital a desempenhar na circulação da informação, quer por parte do Governo etíope quer por parte dos lesados por estas decisões”, revelou a coordenadora do Programa CPJ África, Sue Valentine.
“Exigimos das autoridades a libertação imediata de Fikadu Mirkana”, sublinhou Valentine no comunicado segundo o qual o local de detenção de Mirkana é secreto e que a sua família bem como o seu advogado não foram autorizados a visitá-lo.
As autoridades etíopes em Addis Abeba e a Embaixada etíope em Nairobi, no Quénia, não responderam imediatamente ao pedido do TPI sobre esta detenção.
O CPJ revela que a Etiópia é o terceiro maior país do continente africano em termos de aprisionamento de jornalistas, com pelo menos dez no cativeiro, a partir de 1 de dezembro de 2015.