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Nyusi diz estar disponível para mais um encontro com Dhlakama mas este declina o convite e ameaça formar Governo onde venceu eleições

Um mês após o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter declarado, numa audiência concedida aos bispos católicos, que pretende “falar com Afonso Dhlakama” mas “não está a ser possível” em virtude de este “usar intermediários”, ele voltou a reiterar, no Parlamento, na quarta-feira (16), a sua disponibilidade de se encontrar com o líder do partido Renamo, que na tarde do mesmo dia, disse, telefonicamente, não haver condições para sentar à mesma mesa, para discutir a paz, com quem manda atacá-lo.

Discursando na Assembleia da República, durante a prestação do seu primeiro informe anual sobre a situação geral da Nação, o Chefe de Estado afirmou: “reitero, uma vez mais, a minha disponibilidade de me encontrar com Afonso Dhlakama (…) para abordarmos assuntos relativos à manutenção da paz efectiva em Moçambique estamos prontos para discutir o enquadramento dos homens do partido Renamo nas Forças de Defesa de Segurança”.

A resposta por parte de Afonso Dhlakama, que não é visto publicamente desde 09 de Outubro passado, não tardou chegar, e disse que o partido Frelimo traiu a sua formação política ao não cumprir o que está plasmado no Acordo Geral de Paz, alegadamente porque já não é válido. “A Polícia, os tribunais” e demais instituições do Estado pertencem ao partido no poder, o que faz com que o povo viva nas suas amarras. “Não justiça social e liberdade”.

Dirigindo-se a jornalistas e membros da “Perdiz” o auto-proclamado pai da democracia reafirmou que “a Renamo vai governar, a a partir de Março as províncias do Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Sofala e Manica”, onde reclama vitória nas últimas eleições gerais. Em relação à aproximação das partes com vista ao reatamento do diálogo político suspenso desde Agosto, o presidente da “Perdiz”, que se encontra em Santhunjira, no distrito de Gorongosa, em Sofala, garantiu que “não há nenhum contacto”. Desde o cerco da sua casa e desarmamento dos seus seguranças a 09 de Outubro, não contactos, nem informalmente e tão-pouco oficialmente.

No que tange ao desarmamento dos homens armados do partido Renamo, Dhlakama disse que “não somos um partido armado, temos apenas seguranças” cuja existência está prevista no protocolo do Acordo Geral de Paz, o qual para o partido no poder há 40 anos está caduco, pelo que já não regula nada no presente. “A Renamo não será desarmada, ninguém tente (…)”.

Dhlakama, que garante estar bem de saúde, disse que saiu da Beira para Santhunjira a pé. Durante o percurso manteve contacto com as populações.

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