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Mais um incêndio arrasa três famílias em Nampula

Um incêndio de grandes proporções, ocorrido na tarde de quarta-feira (02), deixou três famílias, constituídas por sete, quatro e três membros respectivamente, sem tecto na zona suburbana do Vieira, no bairro de Natikiri, cidade de Nampula.

Ninguém sabe ao certo o que esteve na origem da desgraça, mas presume-se que a mesma tenha sido provocada por um curto-circuito num poste de energia eléctrica, implantado ao pé de uma das habitações destruídas. Felizmente, não houve vítimas humanas.

Contudo, segundo apurou o @Verdade, os cabos usados para fornecer corrente eléctrica aos moradores daquela zona residencial são deveras precários de tal sorte que pequena oscilação podia culminar o infortúnio a que as vítimas estão neste momento sujeitos. Além disso, muitas casas foram construídas com base em material precário num área onde o desordenamento territorial impera a par do que acontece na maioria dos bairros da cidade de Nampula.

O corpo de salvação pública, vulgo bombeiros, não conseguiu se fazer ao local do acidente devido às inúmeras complicações de acesso. Regra geral, tem sido assim na urbe em alusão. As residências deflagradas encontravam-se no interior da zona, para além de que os moradores não pediram socorro a tempo, alegadamente porque não despunham do número deste sector, cuja missão é também de resgate.

Julieta Santos, de 29 anos de idade, é uma das pessoas afectadas ouvidas pela nossa Reportagem. Ela é proprietária de uma das casas deflagradas pelo fogo, para além de ser chefe de família, com quatro elementos a seu cargo. Segundo ela, tudo aconteceu por volta das 17h00, na sua ausência, mas tomou conhecimento, através dos vizinhos, de que o incêndio foi antecedido por uma oscilação de energia de energia eléctrica.

Julieta é desempregada e viúva. Ela vive com seus dois filhos e um sobrinho. Para sua sobrevivência e dos seus dependentes ela depende do negócio informal, que consiste na venda de amendoim torrado no mercado grossista do Waresta. O seu rendimento é de 60 meticais em cada 20 quilogramas de amendoim que compra e comercializa. Para acabar esta quantidade, Julieta deve fazer-se  ao local de venda durante duas semanas e meia ou três, pelo que se pode notar por que calvário ela passa para alimentar a sua prol e ainda mais para reconstruir uma casa.

Porque a desgraça não vem só, no incêndio Julieta disse que perdeu 700 meticais, fruto do seu negócio nos últimos cinco meses, o que a deixa ainda mais destroçada a ponto de pensar que os pesadelos do mundo desabaram nela.

As famílias desalojadas pelo incêndio encontram-se acolhidas pelos seus vizinhos e receberam apoio dos secretários dos bairros em géneros alimentícios.

Nampula tem sido assolado por chamas de origem desconhecida. A última, também de grandes proporções, ocorreu na noite de 10 de Outubro e destruiu totalmente mais de 200 barracas que foram construídas provisoriamente com o propósito de acolher as festividades por ocasião do 59º aniversário da cidade.

O outro incêndio deu-se na manhã de 30 de Setembro, tendo morto um casal de origem portuguesa que respondia pelos nomes de José Ricardo e Maria Corália, no interior de seu restaurante, que também servia como sua residência, em consequência de um alegado curto-circuito.

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