Militantes do Estado Islâmico cometeram genocídio contra o povo yazidi no norte do Iraque, assim como crimes de guerra e contra a humanidade e limpeza étnica, afirmou o Museu do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos da América nesta quinta-feira.
Os crimes foram cometidos contra cristãos, yazidis, turcomenos, shabaks, mandeístas e kakais na província de Nínive entre Junho e Agosto de 2014, concluiu um relatório feito pelo Centro Simon-Skjodt para a Prevenção do Genocídio, mantido pelo museu.
“Cremos que o Estado Islâmico perpetrou e perpetra o genocídio contra o povo yazidi”, disse o relatório. “As intenções expressas e padrões de violência do Estado Islâmico em relação aos xiitas shabaks e xiitas turcomenos também levantam preocupações sobre a autonomia e o risco de genocídio contra esses grupos.”
A ONU disse em março que o Estado Islâmico pode ter cometido genocídio ao tentar eliminar a minoria yazidi e pediu ao Conselho de Segurança da organização que encaminhasse a questão para o Tribunal Penal Internacional para devido processo.
Os militantes do Estado Islâmico assumiram o controle de faixas do território do Iraque e da Síria. Ambos os países não são membros da corte sediada em Haia, o que impede a promotoria da entidade de abrir investigação, a menos que seja solicitada pelo Conselho de Segurança da ONU, formado por 15 países.
Uma coligação liderada pelos EUA vem bombardeando alvos do Estado Islâmico na Síria e no Iraque há mais de um ano. Militantes do Estado Islâmico consideram os Yazidi como adoradores do diabo.
A fé Yazidi possui elementos de cristianismo, zoroastrismo e islamismo. A maior parte da população Yazidi, de em torno de 500 mil pessoas, permanece abrigada na região autônoma do Curdistão, no Iraque.