Quase três anos depois de homens armados do Taliban dispararam contra a estudante paquistanesa Malala Yousafzai, a activista adolescente desafiou os líderes mundiais na Organização das Nações Unidas a ajudar milhões de crianças a irem à escola. O apelo foi feito na semana passada, dias antes da celebração do Dia Mundial dos Professores, a 5 de Outubro, uma iniciativa da Unesco para destacar o trabalho de educadores que se empenham em ensinar as crianças no meio de intimidações no Paquistão, o conflito na Síria ou a pobreza no Vietname, entre outras situações desafiadoras pelo mundo.
Cerca de 120 milhões de crianças estão fora da escola e mais de 250 milhões são analfabetas, apesar de frequentarem as aulas, disse o Banco Mundial em Maio.
Mas houve algumas melhorias. O número de crianças que não frequentam a escola primária caiu para um total estimado em 57 milhões em todo o mundo em 2015, segundo a ONU.
Quinze anos atrás, quando os Objectivos de Desenvolvimento do Milênio buscavam a universalização da educação no ensino primário, 100 milhões de crianças estavam fora da escola primária.
A África Subsaariana tem o maior número de crianças fora da escola, embora as matrículas estejam aumentando. Em todo o mundo, o número de escolas está a crescer rapidamente – tanto as privadas para a classe média e ricos, como as públicas de governos sem recursos, como o Quénia, onde os professores mal pagos estão em greve por melhores salários.
Muitas escolas não têm professores, cadeiras, electricidade ou livros. Outras ainda carecem de edifícios. Mas as crianças parecem dispostas a aprender em qualquer lugar. As aulas são em corredores nas Filipinas, a bordo de barcos na Amazónia e sob o sol escaldante no Afeganistão.