O líder de um golpe de Estado em Burkina Faso disse nesta terça-feira que ainda está no comando da nação do oeste da África, apesar da passagem do prazo dado por soldados leais ao governo para que suas forças se rendam, do contrário serão atacadas.
O general Gilbert Diendéré, que tomou o poder na semana passada, afirmou estava pronto para negociar, mas aguarda o resultado de uma cúpula de líderes regionais de países do oeste da África, que está sendo realizada na Nigéria. “Não estou a tentar ganhar tempo. Estou dentro do prazo estipulado para mim”, disse ele numa conferência de imprensa. “Ainda sou o presidente do Conselho Nacional Democrático (a junta).”
Poucas pessoas se aventuraram a sair às ruas na capital, Uagadugu, depois de encerrado o prazo do ultimato, às 10 horas (horário local). Forças da guarda presidencial leais a Diendéré faziam a segurança do palácio presidencial, mas as tropas que se opõem ao golpe de Estado ocupavam a maioria dos outros pontos estratégicos da cidade.
As tropas governamentais disseram estar a preparar-se para atacar a base militar do Campo de Naba Koom, perto do palácio presidencial, que está sob controle das tropas da guarda presidencial que protagonizaram o golpe. Uma fonte afirmou que foram reiniciadas as negociações com o objectivo de evitar a violência.
O golpe prejudicou um período de transição em Burkina Faso, que vinha se preparando para uma eleição, em 11 de Outubro, com o objectivo restaurar a democracia quase um ano depois de uma revolta derrubar o presidente Blaise Compaoré, que deteve o poder durante 27 anos no país.